A Procissão do Fogaréu, na Cidade de Goiás, foi cancelada pela primeira vez na sua história. A festa, que aconteceu pela primeira vez em 1745, não ocorrerá em 2020 para evitar a disseminação do coronavírus no Estado. A informação foi confirmada ao Aproveite a cidade pelo presidente da Organização Vilaboense de Artes e Tradições (OVAT), Rodrigo Passarus.
A encenação tradicional que percorre as ruas da chamada Goiás Velho ocorreria na noite do dia 8 de abril (quarta-feira), durante a Semana Santa. Porém, não acontecerá mais neste ano numa tentativa de amenizar o impacto da pandemia de Covid-19. Segundo Rodrigo, a estimativa de público era de 60 mil pessoas. Dessa maneira, a nota da OVAT orienta para que os visitantes cancelem ou adiem as reservas nos hotéis da cidade para outra data.
Além disso, a nota afirma que estão cancelados todos os trabalhos relativos a “preparação e a organização das cerimônias, celebrações, manifestações e procissões de responsabilidade da OVAT durante da Semana Santa da Cidade de Goiás”. A realização destes trabalhos ocorreria no período de 5 a 12 de abril deste ano.
A nota especifica ainda que as manifestações religiosas e culturais no período da Semana Santa estão canceladas. Ou seja: a Procissão do Fogaréu, a Missa do Lava-Pés, a Procissão dos Penitentes, os Cantos do Perdão, a Adoração da Cruz, o Descendimento da Cruz, a Procissão do Senhor Morto e a Procissão da Ressurreição. Além disso, a organização afirma que expressões de fé são reconhecidas internacionalmente, mas que nenhum risco quanto a aglomeração de pessoas pode existir neste momento.
Procissão do Fogaréu
A Procissão do Fogaréu aconteceu pela primeira vez em 1745 é e uma das mais expressivas e reverberadas referências culturais da região Centro-Oeste brasileira. Assim, acontece anualmente durante a Semana Santa na Cidade de Goiás, antiga capital do Estado de Goiás.
A festa foi retomada na década de 1960 por iniciativa de membros da Organização Vilaboense de Artes e Tradições – Ovat. A procissão encena a prisão de Jesus Cristo e tem início a meia-noite da quinta-feira santa, com a iluminação pública apagada e ao som de tambores, à porta da Igreja da Boa Morte, na praça principal da cidade.
Assim, tradicionalmente, 40 Farricocos vestidos em indumentária especial e segurando tochas, representam soldados romanos. Eles seguem descalços, pelas antigas ruas de pedra da cidade.
Uma multidão de pessoas assistem ao espetáculo, marchando juntamente aos Farricocos em direção à escadaria da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde encontram a mesa da última ceia já dispersa. Em seguida, avançam na direção da Igreja de São Francisco de Paula, que simboliza o Jardim das Oliveiras, onde se dará a prisão de Cristo. Este é representado por um estandarte de linho pintado em duas faces, obra do artista plástico oitocentista Veiga Valle.