O Parque Mutirama, fechado há quase oito meses por causa de um acidente que deixou 12 pessoas feridas na queda do brinquedo Twister, ainda não tem uma data marcada para ser reaberto ao público. O principal motivo, segundo o presidente da Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer de Goiânia (Agetul), Alexandre Magalhães, é o processo seletivo que contratará 135 funcionários para o Mutirama.
Todavia, o que se vê no parque de diversões é que ainda há muito a ser feito em termos de reparos e manutenção dos brinquedos para garantir a segurança na reabertura. A perícia, realizada por uma empresa especializada ainda está em andamento. E o processo de licitação para a compra de peças já foi iniciado antes que todos os laudos estejam disponíveis. Os gastos já chegam a quase R$ 600 mil. Isto, sem que nenhum brinquedo novo possa ser adquirido.
Prevista inicialmente para 30 de março, a data de seleção está em aberto por causa de problemas no processo coordenado pela Agetul. Segundo o secretário, o adiamento se dá por questões burocráticas. O procedimento será simplificado e terá validade de um ano, com a possibilidade de prorrogação por mais um ano. Porém, neste período, a Agetul será obrigada a realizar um concurso público, de acordo com termo firmado com o Ministério Público.
Sem novos brinquedos
O secretário da Agetul, Alexandre Magalhães, afirmou que o Parque irá reabrir sem novas atrações. Ele garante, porém, que pretende, assim que o Mutirama voltar a funcionar, apresentar um processo de compra para novos brinquedos. Estas atrações devem ser mais tecnológicas e interativas, como brinquedos 3-D, por exemplo.
O que já se sabe é que o Twister, brinquedo em que o ocorreu o acidente, no dia 26 de julho, teria condições de ser reutilizado. Porém, segundo os engenheiros responsáveis pela perícia, ele será removido, por respeito aos feridos. Aliás, eles garantiram que todos os brinquedos vistoriados (17 dos 27 brinquedos) até o momento têm condições de serem reformados.
Em entrevista coletiva no dia 12/3, o gestor do Parque, Frank Fraga, afirmou que as licitações de compras das peças para reformar os brinquedos já estão sendo realizadas. O custo será de aproximadamente R$300 mil, como divulgado pelo site G1.
Perícia
O Parque Mutirama está fechado desde o dia 26 de julho, mesmo dia do acidente. Neste período, passou por inspeções durante 120 dias, seguindo determinação de uma liminar da Justiça. Após esse período, a Agetul realizou contrato de inspeção com a empresa gaúcha Belle Engenharia, que está periciando todos os brinquedos do Mutirama. O valor total da perícia é de R$298 mil – pagos pelo cofre municipal – e o contrato foi feito sem licitação, “mas dentro da lei”, garante o secretário da Agetul.
Assim que os dez laudos, que ainda faltam, forem finalizados, serão feitas manutenções em cada equipamento. Os consertos são específicos e serão feitos pela Agetul. Logos após os reparos, a empresa voltará para entregar um laudo de aprovação dos consertos realizados.
A Belle Engenharia também está criando um manual de uso, manutenção e operação de todos os brinquedos do Parque. Além disso, será criado um ‘Protocolo de Manutenção’ no Mutirama, que definirá como cada brinquedo deve receber os cuidados periódicos.
Bilheterias fiscalizadas
O secretário da Agetul, Alexandre Magalhães, salientou durante a entrevista que medidas anti-corrupção já estão sendo tomadas. A ideia é que não ocorram problemas como os que foram descobertos durante a Operação Multigrana. À época, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP-GO, denunciou dez pessoas por desvios no Parque Mutirama.
“Já estamos com um processo de software para passarmos toda a venda de bilhetes de entrada com QR-Code, o que impossibilitaria qualquer maneira de duplicação dos ingressos”, disse.
Esses ingressos, segundo o secretário, serão gerados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia (Sedetec). Ele serão vendidos apenas na portaria do Mutirama e a promessa é que os preços se mantenham os mesmos: R$16 a inteira e R$8 a meia-entrada.
“As pessoas passarão na bilheteria eletrônica (onde só é possível uma leitura). Ainda haverá uma auditoria externa da Sedetec para verificar se não haverá qualquer desvio. Esse sistema já é realizado no Zoológico de Goiânia”, afirmou.
Permissionários
Sobre os permissionários, pessoas que vendem produtos e alimentos dentro do Parque, Alexandre Magalhães conta que existe um TAC desde 2012 para ser feito um processo licitatório e regularizar a situação de todos.
“Os que estavam trabalhando no Parque antes do fechamento estavam regularizados. E estes foram colocados por apadrinhamento político. (Após o parque abrir) terá um a licitação, através de acordo com o MP-GO, e trabalhará no Mutirama quem vencê-la. Esse processo, porém, só será realizado após a reabertura do parque, devido a burocracia”, afirmou o representante da Agetul.