A Orquestra Filarmônica de Goiás passará por uma reestruturação ainda este ano, uma vez que o Governo de Goiás lançará edital de chamamento público para contratação de uma Organização da Sociedade Civil (OSC) para gerir a orquestra. A informação foi publicada nesta segunda-feira (28/9) pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (Sedi), responsável pelo processo.
De acordo com o que propõe o Governo de Goiás, a entidade sem fins lucrativos também será responsável pela gestão da Escola de Artes Basileu França. O secretário de desenvolvimento Marcio Cesar Pereira avalia que edital trará aos alunos da instituição a “perspectiva de estar em uma orquestra profissional”.
Apesar de vislumbrar, na visão do secretário, mais qualidade na formação de novos músicos, agregando profissionais da Filarmônica ao ensino da Basileu, o processo daqui até lá traz algumas questões. O edital será aberto até o final de 2020 e só deve ser concluído em março de 2021, quando será divulgada a OSC vencedora.
Neste período de trâmite, de ao menos três meses, para implementar a nova gestão, os 49 músicos da Orquestra Filarmônica de Goiás serão exonerados. A promessa é que sejam recontratados, assim que o processo for concluído.
O corpo sinfônico, que já tem 40 anos de história, passou a ser gerenciado pela Goiás Turismo depois de reforma administrativa. Antes, a Filarmônica ficava a cargo da Secretaria do Estado da Cultura (Secult). Assim, o agora órgão responsável pela Filarmônica, argumenta que o edital também vai sanar questões jurídicas, relacionadas a contratação dos integrantes.
Renovação de contratos da Filarmônica
O presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, explicou que os contratos dos músicos da Orquestra eram temporários e já estavam vencidos. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) indeferiu o pedido de prorrogação por infringir a Constituição Federal. Segundo ele, o descumprimento da determinação poderia gerar multa para o Estado e responsabilização de gestores e dos próprios músicos.
A Filarmônica vai continuar em atividade ao longo de 2020, como já vinha acontecendo mesmo com o cenário de pandemia. Neste meio tempo, ocorreram concertos on-line. “Até lá (fim do ano), vamos desenvolver projetos de gravação e divulgação da Filarmônica no Brasil e no exterior”, afirmou Fabrício.
Com o maestro britânico Neil Thomson à frente, a Orquestra Filarmônica de Goiás é considerada um dos três corpos sinfônicos mais relevantes do cenário musical brasileiro. O trabalho do regente, aliás, deve perdurar, mesmo com a reestruturação.