Por meio virtual, prefeitos da Região Metropolitana de Goiânia (RMG) se reuniram no sábado (6/3), em dois momentos, para debater as novas medidas restritivas que serão adotadas em Goiânia e em todos os municípios que integram a RMG a partir da próxima segunda-feira (8/3). Na data, se encerram os primeiros sete dias de suspensão das atividades não essenciais na capital e nas cidades vizinhas. Assim, ficaram definidas a manutenção das restrições por mais uma semana e a permanência do transporte coletivo em circulação. O objetivo é conter o avanço da pandemia do coronavírus.
No encontro, os prefeitos debateram sobre a possível paralisação do transporte coletivo, medidas mais duras para conter o avanço da Covid-19 nos municípios, aquisição de vacinas e a prorrogação, por mais sete dias, do decreto de combate à pandemia.
Medidas restritivas em Goiânia
Em Goiânia, por exemplo, os supermercados vão passar por uma fiscalização específica em virtude do não cumprimento do distanciamento social. “Recebi informações de que os supermercados não estão respeitando regras sanitárias e, por isso, já solicitei uma ação rápida para conter esse erro”, disse o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz.
Dentre as novas medidas restritivas apresentadas pela Prefeitura de Goiânia estão o fechamento de ferragistas e lojas de materiais de construção. Além disso, bares, restaurantes e distribuidoras (só podem das 8h às 20h), só poderão oferecer o serviço de delivery. Ademais, somente um integrante do núcleo familiar será autorizado a entrar em supermercados.
Estpa permitida a realização de missas, cultos e reuniões similares. Assim, o horário de funcionamento é limitado entre às 7h e às 21h, com intervalo mínimo de 3 horas para realizar a limpeza e desinfecção das superfícies dos ambientes. Além disso, o comparecimento de pessoas é limitado a 10% do total de assentos, com o distanciamento mínimo de dois metros entre frequentadores e colaboradores. Uso obrigatório de máscaras, distribuição de álcool em gel e aferição de temperatura de todos os indivíduos.
Manutenção do transporte coletivo
Na primeira etapa da reunião, os gestores frisaram que o momento ainda é crucial e insistiram na busca por entendimento entre todos os prefeitos com o Governo de Goiás, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DP-GO) e Procuradoria de Contas junto ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que foram terminantemente contrários à paralisação do transporte coletivo e cobraram a responsabilidade do setor produtivo em obedecer as regras estabelecidas nos decretos municipais.
Porém, para funcionar, as empresas do transporte público coletivo deverão observar, rigorosamente, o limite de capacidade de passageiros sentados, sendo proibido o embarque nos veículos acima deste limite.
O governador Ronaldo Caiado reafirmou a importância de manter as medidas restritivas nas cidades da RMG por mais sete dias. Mas descartou a paralisação do transporte coletivo. “Ao paralisar o serviço, vamos impedir o acesso a diversos outros que também são essenciais, como hospitais, farmácias e estabelecimentos de alimentação. Não podemos dificultar a vida das pessoas”. Caiado também fez alerta para o nível de isolamento social, que já chegou a 66%, mas hoje não passa de 32%. “Isso é preocupante, precisamos mudar essa realidade. Entendo a fadiga e o estresse de muitos, mas sem o isolamento social essa pandemia não vai passar”.
Situação crítica
O secretário estadual de Saúde (SES-GO), Ismael Alexandrino, observou que o gráfico epidemiológico evidencia uma alta de casos em Goiás no mês de março. “A próxima semana será muito crítica”, revelou. “Não é o momento de cada município tomar decisões isoladas e vocês precisam manter essa união, mesmo sofrendo pressões”, argumentou para os prefeitos.
O secretário de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso, foi enfático em dizer que o objetivo das prefeituras neste momento deve ser evitar sistematicamente a circulação das pessoas, eliminar as aglomerações, independente das atividades, e buscar efetividade nas ações de fiscalização. “Somente teremos resultado se as pessoas deixarem de circular e aumentarem ainda mais os cuidados sanitários, como a higienização das mãos, uso contínuo das máscaras”, alertou.
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, também concordou com a prorrogação por mais mais sete dias de medidas restritivas. Além disso, sugeriu um estudo por parte do comitê, que integra os prefeitos da RMG, para adoção de medidas de restrições regionalizadas, que permitam uma abertura parcial do comércio. “É uma sugestão, não precisa ser exatamente como o modelo adotado por Aparecida de Goiânia, mas precisamos pensar em alguma ação que seja pelo menos pedagógica aos moradores das nossas cidades”, pontuou o gestor da cidade de Aparecida de Goiânia.