O Estado de Goiás deve receber, pelo menos, R$ 129 milhões do Projeto de Lei Complementar (PLC) 73/21, mais conhecido como Lei Paulo Gustavo. Criada para fomentar as atividades do setor cultural, a nova legislação direciona recursos do superávit financeiro do Fundo Nacional de Cultura (FNC) a estados e municípios. Assim, devido às modificações sugeridas, a proposta voltou para o Senado para uma nova análise.
Dos R$129 milhões que estão previstos para Goiás na Lei Paulo Gustavo, R$ 66 milhões devem ser destinados ao Estado, através da Secretaria de Estado de Cultura (Secult Goiás), e R$ 63 milhões aos municípios. “Ainda precisamos esperar o cumprimento de algumas etapas. Também a sanção da lei para entender como vai ser a regulamentação dessa verba emergencial”, ressalta o secretário do Estado da Cultura, César Moura.
Inspirada na Lei Aldir Blanc (Lei 14.017/2020), que liberou mais de R$ 50 milhões para o Estado, a Lei Paulo Gustavo também vem para socorrer emergencialmente artistas e trabalhadores da cultura que foram atingidos pelos efeitos econômicos da pandemia. “Vamos montar um grupo de trabalho na Secult Goiás para executar esse montante e fomentar a retomada cultural em nosso Estado”, adianta Moura.
A Lei homenageia o ator Paulo Gustavo, que faleceu em maio de 2021, devido a complicações da Covid-19.
Uso dos recurso da Lei Paulo Gustavo em Goiás
O projeto deve liberar R$ 3,862 bilhões para todo o país. Destes, R$ 2,7 bilhões serão destinados exclusivamente a ações voltadas ao setor audiovisual. Assim, irá apoiar as produções audiovisuais, salas de cinema, cineclubes, mostras, bem como festivais e ações de capacitação.
De acordo com o texto aprovado na Câmara, os recursos deverão ser usados para ações emergenciais. Ademais, serão repassados a artistas e gestores por meio de chamamentos públicos, editais e seleções simplificadas. Em contrapartida, os beneficiários deverão realizar exibições gratuitas de seus conteúdos. Também devem promover a acessibilidade de grupos com restrições ou direcionar seu projeto à rede de ensino.
A parcela restante do recurso, R$ 1,065 bilhão, será dividido entre estados e municípios para o fomento de atividades de economia criativa e de economia solidária. Também para a realização de cursos, produções e manifestações culturais. Além disso, para desenvolvimento de espaços artísticos, para auxílio à microempreendedores individuais, micro e pequenas empresas, cooperativas, instituições e organizações culturais comunitárias que tiveram as suas atividades interrompidas por causa da pandemia.
Os editais para o repasse da verba também contemplarão atividades ligadas à dança, circo, leitura e literatura, artesanato. Ainda para escolas de samba, música, teatro, artes visuais, entre outras manifestações culturais.
A data limite para o repasse do recurso é 31 de dezembro de 2022. Entretanto, em razão do período eleitoral, caso exista algum impedimento o prazo será prorrogado de forma automática pelo mesmo período.