Com o objetivo de inventariar as linguagens arquitetônicas presentes em casas de Goiânia, o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) lançou o livro “Arquitetura Residencial em Goiânia – Décadas de 1930 a 1970″. O evento de lançamento aconteceu na última sexta-feira (20/1). Dessa forma, a obra é fruto de estudo realizado por pesquisadores, arquitetos, geógrafos e acadêmicos.
A cidade de Goiânia é conhecida pelo tombamento de seu Conjunto Arquitetônico Art Déco e Urbanístico, que completou 19 anos no último mês. Dessa maneira, foi planejada e construída para ser a capital do estado de Goiás, por iniciativa do político goiano Pedro Ludovico Teixeira. Foi projetada pelo urbanista Attilio Corrêa Lima e pelo engenheiro Armando Augusto de Godoy. Assim, impressiona pela racionalidade de seu traçado e pelas construções em art déco.
Apesar da linguagem Art Déco ser predominante em prédios públicos localizados no centro de Goiânia, o mesmo não ocorre em casas, como mostrou o livrodo Iphan. Dessa forma, o inventário revelou que há outras linguagens arquitetônicas que fazem parte da história da arquitetura residencial de Goiânia.
A coordenadora da pesquisa pelo Iphan-GO, Dafne Marques de Mendonça, explica a importância da pesquisa para a preservação posterior. “Trata-se de informações que podem fomentar e contribuir com políticas públicas ou estratégias de preservação atreladas aos tombamentos já existentes. Especialmente quando em parceria com o poder público municipal”, pontua.
Pesquisa
A finalidade do inventário do Iphan sobre casas em Goiânia é oferecer “subsídios e instrumentos para a identificação, reconhecimento e proteção dos bens do município” Desse modo, o superintendente do Iphan-GO, Allyson Cabral, afirma que o inventário não significa necessariamente o tombamento das residências.
A intenção da pesquisa foi também ampliar o olhar para as construções da cidade, para além do art déco. Portanto, tinha a missão de identificar outras oito linguagens arquitetônicas: casa-tipo, eclético sintético, eclético tipológico missões, eclético tipológico neocolonial, eclético sintético tipológico normando, modernista, modernista de transição e brutalista, conta o superintendente.
Durante os dois anos de estudo, entre 2015 e 2016, foram identificadas 339 residências. Entre elas 25 conjuntos que variam quanto ao estado de conservação, nos setores Central e Sul. “Esta é uma pesquisa inédita que faz um estudo minucioso das residências históricas da capital, no período das décadas de 30 a 70”, pontua Cabral.