Fazia quase uma década que não tirávamos férias em família. Ao retornar à estrada nas primeiras semanas do ano dedicadas ao descanso, escolhemos um destino que faz parte da nossa história: Olivença, um distrito da cidade de Ilhéus (BA), a 16 km do Centro. A minha irmã Carla Falcão (@falcaocarla) e eu (@paulafelipefalcao) perdemos a conta de quantas (seis ou sete) vezes este foi o cenário do recesso escolar de janeiro. Mas, desta vez, tudo pareceu diferente e MUITO mais bonito.
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É engraçado ter esta percepção, uma vez que é bem claro que o local vive um momento mais acanhado em termos de turismo. À noite, não há mais tanto movimento na rua principal de Olivença, antes com restaurantes abarrotados, gente na varanda e uma série de lojinhas de lembranças abertas até altas horas. Segundo comerciantes locais, o que se vê é impacto da crise econômica e da ascensão de cidades como Itacaré (BA), a 70 km dali.
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Sair de carro de Goiânia, enfrentar 1,5 mil km e dois dias dentro de um carro teve uma recompensa muito valiosa. Em comparação ao que já passamos viajando nas estradas, o caminho estava em muito bom estado – percorremos rodovias em Goiás e na Bahia. A verdade é que nosso coração foi acalentado pela brisa do mar, o balançar das folhas dos coqueiros e os dias que começavam e terminavam cedo, porque a ideia era aproveitar ao máximo as praias.
Ficamos hospedados em um condomínio de apartamentos à beira mar, o Jubiabá. A diária para quatro pessoas tem preço decente, a vista é deslumbrante e a estrutura, ótima, com piscinas, quadra de areia, bar e churrasqueiras. Por causa da cozinha no apartamento economizamos em ao menos duas refeições, o café da manhã e o jantar. As compras foram feitas nos mercadinhos da vizinhança.
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Logo depois do café, saíamos para a praia e a escolha das cabanas levou em conta as experiências anteriores que tivemos em Olivença. Revivemos locais onde já tínhamos uma conexão afetiva. A busca foi por locais simples, com mar sem pedras e buracos, bom para o banho, além de uma cabana com cerveja gelada (em média 8 reais, a de 600 ml) e comida gostosa para nos receber. Algo bacana nas praias ao Sul de Ilhéus é o fato de ter fontes de água doce que desembocam na praia. Os riozinhos com águas ferruginosas são ótimos.
Em uma das barracas que visitamos, as mesas e cadeiras são colocadas no leito do rio, de águas rasas, que encontra o mar metros à frente. É bem interessante! A única ressalva é se atentar a objetos que não podem cair na água, como o celular. A praia de Sirihyba foi a nossa estadia favorita. Em qualquer um destes locais o “peixe vermelho frito” inteiro será uma belíssima refeição (em média, R$ 65).
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As melhores experiências gastronômicas que tivemos ocorreram na praia do Cururupe. A cabana Corurupe Beach é a mais estruturada do lugar. É bem grande, com mesas de madeira e até um segundo andar. Lá, o rio Cururupe desagua no mar. É possível andar de caiaque em um leito largo, passar pela ponte, ir até o mangue. E quando a maré sobe as ondas ocorrem já na água doce. Na barraca, vale pedir a moqueca de dourado. É deliciosa!
Comemos a moqueca de peixe grande, que vem acompanhada por arroz e pirão (R$ 113). Serviu bem quatro pessoas. Não abra mão do molho de pimenta. É uma mistura bem peculiar com ao menos dois tipos de pimenta, tomate, coentro e leite de coco. Faz toda a diferença na degustação.
Outra refeição que nos marcou muito foi o prato mais tradicional da cabana Peixe na Brasa. Como descrever o sabor do peixe (vermelho, o nosso queridinho) com jeitinho de churrasco? Vem servido na folha de bananeira e as postas macias desmancham com a colher, praticamente sem espinhas (R$ 84, o quilo). Saboreamos em uma praia deserta, com areia finíssima e branquinha (veja a seguir). Foi o melhor dia dos dez que passamos em Olivença e é bem difícil ranquear.
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