O Governo de Goiás, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), começou no último sábado (6/3) a vacinação contra a Covid-19 em comunidades Kalunga da região Nordeste do Estado, considerado o maior quilombo remanescente do Brasil. A imunização foi iniciada na cidade de Cavalcante, que abriga 80% desta população.
Ademais, em seguida, a aplicação seguirá por Monte Alegre e Teresina de Goiás. Serão imunizados todos os 5.252 mil nativos dos três municípios do Estado. A previsão é de que a ação ocorra até dia 15 de março, na aplicação da primeira dose da vacina, que imuniza do contágio por coronavírus.
As comunidades representam uma parcela significativa da população local. Dessa forma, com a imunização, haverá a redução dos riscos do alastramento da doença, além de ampliar ações de prevenção. A destinação das doses às comunidades Kalunga foi possível porque o Estado entrou na cota do Fundo Estratégico de Vacinação contra a Covid-19, do Ministério da Saúde, e recebeu doses extras devido ao cenário de emergência.
Somente pessoas acima de 18 anos são vacinadas. Conforme explicou a coordenadora da Gerência de Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis da SES-GO, Luciene Siqueira Tavares, “a imunização é exclusiva para os residentes dentro das comunidades, já cadastrados por agentes de saúde e pelas associações dos quilombos”.
Como está sendo a vacinação contra a Covid-19 na comunidades Kalunga
Os profissionais das SES-GO enviados à região estão divididos em duas equipes. Assim, a primeira começou a vacinação na comunidade Kalunga que reside no Vão de Almas e Vão do Moleque. Já a segunda seguiu para os Quilombos Capela, São Domingos, Engenho II, Morros e Prata. As equipes são responsáveis pelo translado, armazenamento, logística e aplicação das vacinas.
As doses estão distribuídas conforme demanda de cada comunidade. Assim, são 2.610 para Cavalcante, 1.900 para Monte Alegre e 742 para Teresina de Goiás. A operação é coordenada pela Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), que conta com quatro enfermeiros, um fiscal da Vigilância Sanitária e dois motoristas.
Ao mesmo tempo da vacinação contra a Covid-19, o Governo de Goiás está realizando uma investigação e testagem rápida nas comunidades quilombolas. Foram destinados mil testes do tipo IGG e IGM, padrão ouro, que estão sendo usados na região. Quem estiver contaminado com a Covid-19 terá que esperar pelo menos 30 dias após o fim dos sintomas para se vacinar.
As doses destinadas às comunidades Kalunga são da CoronaVac, fabricada pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. O imunizante precisa ser armazenado entre 2ºC e 8º C para ter eficácia garantida. Aqui, entra mais uma estratégia da força-tarefa: o roteiro da viagem.
“Foi levada a quantidade de doses suficientes para cada destino. As vacinas ficam em uma caixa térmica, com termômetro. A equipe também leva uma caixa lacrada de gelox (gelo reutilizável)”, detalhou a superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim.