O Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica 2025) divulga os filmes premiados da 26ª edição. A cerimônia de entrega dos troféus foi na manhã deste domingo, (15/6), no Cine Teatro São Joaquim, na cidade de Goiás.
Durante seis dias de evento, foram exibidos centenas de filmes em quatro mostras competitivas e sessões especiais. Ao todo, mais de R$ 220 mil serão distribuídos em prêmios, entre R$ 5 mil e R$ 35 mil, contemplando produções nacionais, internacionais, goianas, vilaboenses e de povos originários e tradicionais. Em sua 26ª edição, o Fica consolida-se como um dos maiores de todos os tempos em investimentos, com R$ 6,1 milhões destinados a sua realização.
O Fica é uma realização do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em correalização com a Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio da Fundação Rádio e Televisão Educativa (RTVE). A programação do festival termina neste domingo com o show da banda Os Paralamas do Sucesso – com apoio do SESC Goiás.
O evento de encerramento contou com a presença de Yara Nunes, secretária de Estado da Cultura, a reitora da UFG, Angelita Lima, o prefeito da cidade de Goiás, Aderson Gouvea, e outras autoridades.
Premiados na mostra Washington Novaes
O grande vencedor desta edição na mostra Washington Novaes foi o longa-metragem pernambucano Tijolo por Tijolo, de Victória Álvares e Quentin Delaroche, que recebeu o prêmio Cora Coralina, no valor de R$ 35 mil. A
lém deste prêmio, o longa também foi vencedor no prêmio Carmo Bernardes, que consagra a melhor direção, no valor de R$ 10 mil. Tijolo por Tijolo também foi o vencedor na escolha do Júri Jovem e do Júri da Imprensa.
“Esse nome remete, obviamente, à vida de crise, de aumento da construção da casa, mas remete também a como a gente conseguiu construir esse filme. A gente filmou Tijolo por Tijolo num contexto de pandemia, num país que não tinha Ministério da Cultura. É importante a gente celebrar nossas vitórias, mas lembrar também das nossas trajetórias de luta, não é mesmo?”, declara Victória Álvares.
Já o prêmio Acari Passos, que define o melhor curta ou média metragem com valor de R$15 mil, além de troféu, foi para Marés da Noite, de São Paulo, das diretoras Juliana Sada e Noemi Martinelle. Ainda dentro da principal mostra do festival, o prêmio João Bennio de melhor filme goiano, no valor de R$ 20 mil, foi para o curta Entre as Cinzas, de Daniel Cali e Renato Ogata.
Além disso, o prêmio da TV Anhanguera foi para o curta goiano Entressonho, do diretor Leandro Pimentel, que será agraciado com uma visita aos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro.
“Eu me desafiei a fazer esse trabalho de animação para contar a minha história. E acho que várias pessoas, assim como eu, a partir de 2015, perderam a fé no Brasil, na humanidade, em si mesmo. Psicologicamente, ficou com ansiedade climática e precisou reaprender a viver, reaprender a sonhar, e o filme é um convite que eu faço para todos vocês para a gente reaprender a sonhar a cada dia”, diz.
Os filmes foram avaliados em diversas categorias dentro de cada mostra competitiva. Além dos prêmios em dinheiro e troféu, o festival concedeu, ainda, menções honrosas. Nesta edição, as menções honrosas foram concedidas aos filmes Nós Vivemos Aqui, da Mostra Washington Novaes, e Mãos à Terra, exibido na sessão especial da Fiocruz.
A cerimônia contou ainda com a presença da cineasta nigeriana AnuOluwapo Adelakun, vencedora do Prêmio Fiocruz em 2024 com o documentário The Water Manifesto: Osun (Water for Gold). Na ocasião anterior, a diretora não pôde comparecer para receber o prêmio e, por isso, marcou presença nesta edição para a entrega e o reconhecimento pelo trabalho.
Quem não conseguiu assistir aos filmes durante o festival poderá conferir a reprise dos premiados, das 14h às 18h, no Cine Teatro São Joaquim. Pelo site oficial do evento, os filmes estarão disponíveis até à meia noite deste domingo. Acesse pelo https://fica.go.gov.br/.
Vencedores do I Guia Gastronômico do Fica 2025
Durante os dias do festival, a Cidade de Goiás foi palco de uma verdadeira celebração da culinária goiana. Restaurantes, lanchonetes e bistrôs selecionados abriram suas portas com receitas irresistíveis e experiências únicas. Quem estava pela cidade pôde visitar os estabelecimentos participantes, experimentar os pratos ofertados e votar em seus favoritos.
Os vencedores desta edição do guia foram: 1º lugar: Restaurante Sabor dos Anjos; 2º lugar: Aroma Café com Arte; 3º lugar: Restaurante Bistrô Fênix.
Homenageados
Nesta edição do festival, o cantor goiano Juraíldes da Cruz Rodrigues foi homenageado oficialmente em reconhecimento à sua trajetória artística e à valorização da cultura popular brasileira, especialmente a goiana:
“Minha mãe também era poeta e foi dela que eu herdei esse dom de poder dizer o que eu sinto, a impressão que eu tenho da vida através das músicas. A ela dedico esse reconhecimento e a todos que pela persistência não largaram na beira da estrada os seus objetivos e seus sonhos. Então, eu sinto que isso é fruto da persistência. Graças a vocês pelo reconhecimento, isso me deixa muito feliz”, declara.
O estilista mineiro Ronaldo Fraga, que tem construído uma profunda relação com o Estado de Goiás, também recebeu a homenagem do festival.
“Eu digo que eu tenho caminhado por várias terras e vários caminhos para um dia encontrar a cidade de Goiás. E hoje falo dela com amor e com intimidade como se aqui tivesse nascido. Eu prometo e pretendo realmente criar pontes e reforçar pontes, que só essas são indestrutíveis, são as pontes da cultura. E para receber essa homenagem de um festival, que é mais do que um festival, é um patrimônio afetivo dessa cidade, desse estado e desse país, eu fico”, afirma Fraga.
Sobre o festival
Com o tema “Cerrado: a savana brasileira e o equilíbrio do clima”, o Fica 2025 aconteceu entre os dias 10 e 15 de junho e trouxe nesta edição uma vasta programação gratuita que incluiu mostras competitivas de cinema, oficinas, atrações culturais, atividades ambientais, sessões voltadas ao público infantil, shows musicais, além de fóruns e debates com grandes nomes do cinema nacional e internacional.
O evento é uma realização do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em correalização com a Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio da Fundação Rádio e Televisão Educativa (RTVE).
O festival conta ainda com a cooperação de diversas instituições, entre elas: a Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), MapBiomas, The Nature Conservancy Brasil, Unesco, Museu do Índio (Funai), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Participam também as Secretarias de Estado da Educação; do Desenvolvimento Social; da Saúde, Esporte e Lazer; do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, além do apoio do programa Goiás Social, Sesc Goiás, Saneago, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar do Estado de Goiás, Instituto Federal Goiano e da Prefeitura da cidade de Goiás.
A cobertura de imprensa oficial do Fica 2025 foi realizada pelas emissoras TV Anhanguera, TV Brasil Central, TV UFG e Canal Saúde (Fiocruz).
Foto: Secult Goiás
Confira todos os premiados no Fica 2025
– Mostra Internacional Washington Novaes
Prêmio Cora Coralina – melhor longa-metragem: Tijolo por Tijolo
Prêmio Carmo Bernardes – melhor direção: Tijolo por Tijolo
Prêmio Acari Passos – melhor curta ou média-metragem: Marés da Noite
Prêmio João Bennio – melhor filme goiano: Entre as Cinzas
Menções Honrosas do Júri Oficial: Nós Vivemos Aqui e Mãos à Terra
Prêmio José Petrillo – Júri da Imprensa: Tijolo por Tijolo
Prêmio Jesco Von Puttkamer – Júri Jovem: Tijolo por Tijolo
Prêmio Luiz Gonzaga Soares – Júri Popular: Encontro das Águas
Prêmio Fiocruz: Mãos à Terra
– Mostra do Cinema Goiano
Melhor filme de longa metragem: Mambembe
Melhor filme de curta metragem: Entressonho, que ganhou o prêmio TV Anhanguera
Melhor direção de longa metragem: Fabio Meira, por Mambembe
Melhor direção de curta metragem: Yorrana Maia, por Fidèle
Melhor direção de fotografia: Larry Machado, por A Mulher Esqueleto
Melhor roteiro: Yorrana Maia, por Fidèle
Melhor montagem: Afonso Uchoa, Fabio Meira e Juliano Castro, por Mambembe
Melhor personagem: Francisca Americo dos Reis, por Planta de Raiz Profunda
Melhor som: Theo Farah e Bruno Fiorezi, por Goiânia Rock City
Melhor trilha musical: Goiânia Rock City
Melhor direção de arte: Paulo César Alves, por A Mulher Esqueleto
Menção Honrosa: Jamming – O ano em que Junior Marvin morou em Goiânia
– Mostra do Cinema Indígena e Povos Tradicionais
Melhor filme de Longa-metragem: Originárias
Melhor filme de curta ou média-metragem: Sukande Kasáká / Terra Doente
Menção Honrosa: ADOBE: Habilidades tradicionais da construção Kalunga
– Mostra Becos da Minha Terra
Melhor filme: Atitudinal
Melhor direção: Carlos Cipriano, por Para Carlos
Melhor roteiro: Jadson Borges, por Lockdown
Melhor montagem: Helena Caetano, por Sol Noturno
Melhor som: Brisa Castro, por Tom de Ameaça