O Orum Aiyê Quilombo Cultural realiza as últimas apresentações do espetáculo “Sob(re) a pele”, solo circense-teatral interpretado por Matheus Alcântara, com direção e dramaturgia de Marcelo Marques. As sessões acontecem na sede do grupo, no Residencial Nossa Morada, em Goiânia, sempre às 20h, nos dias 11 e 12 de outubro.
Os ingressos gratuitos estão disponíveis na plataforma Sympla, e o público é convidado a contribuir com 1 quilo de alimento não perecível, destinado a famílias em situação de vulnerabilidade social.
O trabalho foi contemplado pela Lei Aldir Blanc, por meio do Edital de Seleção de Projetos nº 06/2024 – Edital de Circo, operacionalizado pela Secretaria de Estado da Cultura de Goiás.
A arte como ato de resistência
Mais que um espetáculo, “Sob(re) a pele” é um ato de resistência e memória. Unindo teatro e circo, o trabalho transforma o tecido acrobático “em um símbolo de luta e superação, ao mesmo tempo em que revela as cicatrizes históricas e as forças de um corpo negro que insiste em existir, resistir e celebrar”.
Com uma interpretação visceral, Matheus Alcântara revisita passagens que vão da escravidão aos desafios da juventude negra na atualidade. “É um mergulho nas dores e nas potências que atravessam a pele — e que a tornam escudo e bandeira”, define o artista.
O espetáculo integra o projeto “Solos Marginais”, criado pelo diretor Marcelo Marques, que se dedica a narrar trajetórias de pessoas e personagens historicamente marginalizados.
“Busco revelar as estratégias de sobrevivência e a resiliência desses corpos que, mesmo rejeitados pela sociedade, seguem criando beleza e potência”, afirma o diretor.
A encenação conta ainda com direção de arte de Raquel Rocha, preparação de ator de Renata Caetano, preparação corporal e coreografia de Luciana Caetano, e técnica circense de Cauê Marques.
Educação como força transformadora
Em meio aos movimentos acrobáticos e à expressividade teatral, o solo traz uma reflexão sobre o papel da educação como ferramenta de transformação. No entanto, o enredo também denuncia as barreiras impostas pelo racismo estrutural, que tornam o ambiente escolar um espaço de luta cotidiana.
“Apesar das injustiças sociais, ‘Sob(re) a pele’ celebra a resistência e a esperança. É um lembrete de que o povo negro nunca pereceu. Ele segue recriando a vida, o riso e a arte, mesmo em meio às feridas”, reforça Marques.
Serviço: Orum Aiyê Quilombo Cultural estreia “Sob(re) a pele”
Quando: 11 e 12 de outubro (sábado e domingo)
Horário: 20h
Onde: Orum Aiyê Quilombo Cultural (Rua 10 QdL Lt10 Residencial Nossa Morada, Goiânia, GO)
Ingressos: Disponíveis na plataforma Sympla – 11/10 | 12/10
Mais informações: @orumaiyecultural