Uma maquete da fundação da cidade de Goiás, construída com 16,7 mil pedras preciosas ou semipreciosas extraídas da própria região. Esta é a “Solo Goiano”, nova obra assinada pelo artista plástico vilaboense Siron Franco. O lançamento da peça marca o início das homenagens pelos 300 anos da antiga capital do Estado.
A obra foi apresentada na noite de quarta-feira (7/5) pelo governador Ronaldo Caiado, idealizador da iniciativa, durante evento no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia.
“Nossa história não pode ser menosprezada, esquecida ou jogada de lado. Ela tem de ser realçada como merece”, enalteceu ao explicar que as pedras que compõem a obra de arte estavam abandonadas em prédios antigos da cidade de Goiás.
O acervo foi encontrado durante os restauros realizados, e agora está na obra assinada pelo artista local. “Siron surpreendeu pela forma como descreveu a cidade-mãe do nosso Estado”, disse o governador.
Medindo 1,70m por 2,40m, a composição reúne elementos naturais do Cerrado e demorou cerca de um ano para ficar pronta. Siron contou que, por vários dias, chegou a trabalhar durante 16 horas seguidas na produção do projeto.
O conteúdo foi inspirado em um mapa correspondente ao período de fundação da antiga Vila Boa. “Eu queria fazer algo inédito. E o que você nunca fez, não sabe o que é. Então, tem que batalhar, desenhar, rasgar muitas folhas de papel até o resultado final”, contou o artista.
A primeira-dama e coordenadora do Goiás Social, Gracinha Caiado, chamou a obra de arte de “sonho realizado”, em referência à ideia de aproveitar as milhares de pedras em algo que pudesse ser apreciado por todos os goianos. Virou, então, uma espécie de patrimônio.
“A entrega dessa peça é mais que um ato cultural, é um ato de amor à nossa terra e à cidade que deu origem ao Estado”, classificou a primeira-dama. Ela destacou, ainda, a “sensibilidade e singularidade” de Siron em seu processo criativo.
Comemoração
A intervenção artística ficará exposta, temporariamente, no Palácio das Esmeraldas. Em julho, será transferida definitivamente para a cidade de Goiás e alocada no Palácio Conde dos Arcos.
A secretária de Cultura, Yara Nunes, afirmou que não havia melhor forma de dar o pontapé às comemorações do que a apresentação da obra Solo Goiano.
“Além de representar o mapa, datado de 1728, temos uma amostra do que realmente é o solo goiano. Essas mais de 16 mil pedras demonstram o quão precioso também é o nosso território, elas contam um pouquinho mais das nossas origens”, refletiu.
“A cidade tem muita história, construída por muita gente. E essa obra de Siron, através de pedras preciosas, faz uma ligação com a nossa maior poetisa, Cora Coralina, que construiu o seu poema sobre pedras. Pedra que significa, ainda, a resistência dessa cidade que teve os solavancos, mas que se manteve de pé, com uma grande missão de ser a guardiã da memória dos goianos e dos brasileiros”, comentou o prefeito da cidade de Goiás, Anderson Gouveia.
Sobre Siron Franco e a obra
Siron foi convidado para a produção da obra por ser vilaboense e reconhecido por sua profunda ligação com o território goiano. O artista produziu a peça com intuito de “revelar a beleza da natureza pura”, imortalizando a história e a força simbólica da antiga capital.
É um dos artistas plásticos brasileiros mais reconhecidos da atualidade e suas obras transitam por temas sociais, políticos e ambientais, com uma linguagem visual marcante e profundamente conectada às raízes do Brasil Central.
Fotos: Adalberto Ruchelle é Walter Folador