Cia Corpo na Contramão faz 3 apresentações de “Sem Asas”, espetáculo criado para pessoas surdas

Neste mês de outubro, a Cia Corpo na Contramão apresenta um espetáculo, encenado em Libras, que mostra a busca de uma pessoa por sua completude. “Sem Asas”, uma obra da companhia que inaugura uma nova fase de pesquisa artística voltada à acessibilidade para o público surdo, será apresentado no domingo (19/10), no Esparta Arte e Cultura e no dia 26 de outubro, no Orum Aiyê Cultural, ambos em Goiânia.

As apresentações acontecem às 20h e estão disponíveis a preços populares, a partir de R$10, na plataforma Sympla. Estas apresentações fazem parte do projeto “Circol(A)ção”, que conta com apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Goiânia.

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Antes, na sexta-feira (17/10), a companhia apresenta este mesmo espetáculo na sede da cia, também às 20h. Esta apresentação integra o projeto Esparta e Cia, contemplado pelo Edital de Fomento à Manutenção Continuada de Espaços Culturais, da Política Nacional de Cultura Aldir Blanc, viabilizada pela Secult Goiás.

Com encenação exclusivamente em Libras, “Sem Asas” não tem texto falado, sendo um convite a todos os públicos a vivenciar uma cena a partir de uma outra perspectiva sensorial e comunicativa. O espetáculo trata da incompletude humana, colocando em cena a sensação de ausência, limite e busca.

“Para o público surdo, a obra oferece uma experiência fluida e acessível. Para o público ouvinte, propõe uma inversão provocadora: o desafio de assistir a um espetáculo em que parte essencial da narrativa acontece além do alcance da compreensão imediata, abrindo espaço para empatia e reflexão sobre os limites da comunicação”, comenta a diretora Lua Barreto.

“Mais do que um espetáculo, “Sem Asas” é uma experiência estética e inclusiva, que ressignifica a linguagem do circo e reafirma o compromisso da companhia com a democratização do acesso à arte”, complementa Lua.

Sarau na Lua

O projeto “Esparta e Cia” ainda contempla os já conhecidos Saraus na Lua: nos dias 25 de outubro e 29 de novembro, às 20h. Outros saraus são previstos ao longo do projeto e a agenda pode ser acompanhada pelo Instagram da Companhia: https://www.instagram.com/espartaarteecultura/.

O sarau oferece microfone aberto: todas as pessoas podem participar cantando, lendo poemas ou performando. Também há aparelhos circenses disponíveis para números. A entrada é gratuita.

Mais oficinas e atividades

Outras oficinas também estão previstas ao longo do projeto. Nas quartas-feiras de novembro, entre 19h e 21h, será oferecida oficina de acrobacia aérea para artistas circenses. Esta oficina é voltada para quem já tem experiência em aparelhos aéreos. Serão trabalhados exercícios em lira, trapézio, tecido e cubo.

De março a junho do próximo ano, é a vez do público infantil receber a oficina de circo. Os encontros serão às segundas, das 10h às 11h. Os pequenos ainda farão uma apresentação ao final do semestre. As inscrições serão divulgadas em tempo oportuno, pelo Instagram da Cia Corpo na Contramão.

Quinze anos de atividade

Com estrutura acessível e equipada para práticas circenses, o Esparta Arte e Cultura recebe aulas, ensaios e apresentações, além de intercâmbios artísticos e projetos como o Sarau na Lua. “Mais que um local físico, é o território onde desenvolvemos nossa linguagem e fortalecemos a cena cultural”, comenta Lua Barreto, diretora da Cia Corpo na Contramão.

A Cia desenvolve uma pesquisa de linguagem que leva as Libras para dentro da cena, sinalizadas pelos próprios artistas, além de desenvolver figurinos e cenários feitos com a utilização de materiais de reuso. O espaço possui rampa de acesso e banheiro adaptado, porta com abertura de três metros e ações sustentáveis, utilizando energia solar e fazendo coleta seletiva.

“Hoje, poucos espaços alternativos em Goiânia têm condições de receber espetáculos que utilizam aparelhos circenses, e o movimento de grupos e Cias locais que trabalham com equipamentos aéreos é intenso e merece um espaço descentralizado, com condições de recebê-los”, comenta Lua.

“Isto porque a falta de espaços alternativos com custos mais baixos acaba limitando a circulação desses espetáculos e, consequentemente, o crescimento e desenvolvimento desses grupos. O Esparta Arte e Cultura pretende se tornar uma alternativa possível para a circulação de espetáculos e grupos circenses de Goiânia”, concluiu.