A Cerrado Galeria, em Goiânia, recebe a partir de 28 de novembro de 2025, duas exposições individuais que celebram a força e a diversidade da arte contemporânea brasileira: A parte do fogo, de Vanderlei Lopes, apresenta o fogo como assunto, técnica e processo em esculturas e desenhos; enquanto Apalpar o céu com os pés, de Rebeca Miguel, exibe um conjunto de pinturas, fotografias e desenhos que evidenciam a percepção circular do tempo.
Na exposição A parte do fogo, destacam-se as esculturas da série Vazamentos, em bronze polido, nas quais formas líquidas parecem emergir do interior da parede, escorrendo pelo espaço até formar empoçamentos no chão.
“No conjunto da obra de Vanderlei Lopes há um intenso embate com a história da arte, em especial com a tradição da escultura, tanto acadêmica quanto modernista, que é regido por uma lógica contemporânea”, escreve Divino Sobral, diretor artístico da Cerrado, em seu texto crítico para a mostra.
Apalpar o céu com os pés, primeira mostra individual da artista mineira Rebeca Miguel em Goiânia, apresenta um conjunto de pinturas, fotografias e desenhos que investigam a percepção do tempo.
Em sua trajetória artística, Rebeca Miguel participou de residência no Sertão Negro Ateliê e Escola de Arte, onde atualmente vive e trabalha como assistente no ateliê de Dalton Paula e como artista colaboradora no Sertão Negro.
Sobre Vanderlei Lopes
Vanderlei Lopes (Terra Boa, PR, 1973) desenvolve uma produção que atravessa desenho, escultura, pintura sobre escultura, fotografia, vídeo e intervenções na paisagem, explorando materiais como bronze patinado ou polido, guache aplicado sobre bronze ou sobre papel, pólvora queimada sobre papel, álcool sobre estêncil e elementos e seres naturais, como fogo, água do mar, grilos e plantas vivas. Em sua obra percebe-se o empenho em embaralhar as fronteiras entre as categorias, com o intuito de produzir experiência, surpreender o olhar e ampliar a percepção.
Formado em Artes Plásticas pela Unesp, o artista iniciou sua trajetória ainda na adolescência, em Penápolis, após frequentar o Museu do Sol e trabalhar em fundição, onde realizou suas primeiras peças. Em São Paulo, estudou com Rodrigo Naves e Ronaldo Brito, integrou o Grupo Olho Seco e atuou na editora Cosac Naify, convivendo com nomes centrais da arte brasileira.
Lopes realizou exposições individuais no Brasil e no exterior, incluindo Galeria Millan (2023), Galeria Athena (2018), Capela do Morumbi (2017), MAM Rio (2014), MAC Niterói (2013) e Maus Hábitos, em Porto, Portugal (2007). Participa de coletivas desde 1998, com destaque para mostras na Pinacoteca de São Paulo, MAR, MuBE, Sesc 24 de Maio, Bienal do Mercosul e Bienal de Arte Paiz (Guatemala).
Recebeu prêmios como o Pirelli ArtRio (2016), a Bolsa Iberê Camargo (2007) e prêmios aquisição do CCSP (2005) e do Salão de Santo André (2001), além de realizar residências no México e em Portugal. Suas obras integram importantes acervos institucionais, como MAC-USP, MAM-SP, MAM Rio (MAR), Itaú Cultural, Pinacoteca de São Paulo e Instituto Figueiredo Ferraz.
Sobre Rebeca Miguel
Rebeca Miguel é uma artista visual que transita entre desenho, pintura e performance, desenvolvendo uma obra voltada à reescritura da história afro-diaspórica. Seu trabalho se ancora nos conceitos de escrevivência, formulados por Conceição Evaristo, e na interpretação circular do tempo inspirada na simbologia Sankofa presente nos adinkra, ícones da sabedoria ancestral africana.
Nascida em Belo Horizonte, em 1998, Rebeca iniciou sua formação artística em cursos de pintura no Sesc e de moda no Sesi, na capital mineira. Em 2023, concluiu o Bacharelado em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFMG. E
m 2024, passou a integrar o cenário artístico de Goiânia, após um período de residência no Sertão Negro Ateliê e Escola de Arte, onde atualmente vive e trabalha como assistente no ateliê de Dalton Paula e como artista colaboradora no Sertão Negro.
Sua trajetória inclui exposições individuais como Desordenamento (Centro Cultural UFMG, 2023) e Me canso no (des)canso dela (Galeria Multicultural Godarc, 2022), além de participações em importantes programas de residência artística, incluindo a Galeria Luis Maluf, em São Paulo (2025), e o Sertão Negro, em Goiânia (2024).
A obra de Rebeca também integra exposições coletivas de relevância nacional e internacional, como a 36ª Bienal de São Paulo – Nem todo viandante anda estradas: da humanidade como prática (2025), Sertão Negro: Território Vivo, no Storefront for Art and Architecture, Nova York (2025), e Vivaz e De volta à casa, na Galeria Luis Maluf, São Paulo (2025).
Entre outras participações destacam-se Obras e Rumos (Centro Cultural UFG, 2024), Abre Alas (A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, 2023), Barafunda (Galeria Mama Cadela, Belo Horizonte, 2023) e Quero amar quem acenda uma fogueira comigo às 7 da manhã (Palácio das Artes, Belo Horizonte, 2023).
Sobre a Cerrado Galeria
Em Goiânia, a Cerrado Galeria ocupa uma casa modernista da Rua 84, projetada por David Libeskind. O imóvel, preservado em seus azulejos e elementos originais, já abrigou o IPHAN-GO e hoje integra arquitetura, memória e arte contemporânea em seus 500 m² de área expositiva.
Já em Brasília, a Cerrado está instalada em uma chácara no Lago Sul, cuja escala permite a realização de grandes mostras, residências artísticas e programas educativos voltados a diferentes públicos, contribuindo para o dinamismo cultural da cidade.
A Cerrado Cultural, desdobramento institucional da galeria, amplia essa atuação ao desenvolver iniciativas focadas na pesquisa, difusão e fortalecimento da arte produzida no Centro-Oeste. O projeto consolida a vocação nacional da Cerrado ao promover ações que integram formação, preservação e circulação, reafirmando o compromisso dos três galeristas com o fomento da arte moderna e contemporânea brasileira.
Serviço: Cerrado Galeria recebe exposições de Vanderlei Lopes e Rebeca Miguel
Abertura: 28 de novembro, das 17h às 21h
Período Expositivo: 29 de novembro de 2025 a 13 de fevereiro de 2026
Onde: Cerrado Galeria – Rua 84, 61 – Setor Sul
Entrada: Gratuita












