O Centro Cultural Octo Marques, em Goiânia, inaugurou na noite desta quinta-feira (15/5), três exposições simultâneas de artistas que exploram diferentes abordagens visuais e narrativas.
O paulista Cadjoo e o fotógrafo e artista visual Marcelo Ramalho dividem o espaço da Galeria Sebastião dos Reis com suas individuais, “Sorrindo é Melhor” e “Matrizes de Banzo: entre o perene e o perecível”, respectivamente. Já a Galeria Frei Nazareno Confaloni recebe a exposição “Sob nossos cascos”, do cineasta e artista visual Rafael de Almeida.
As obras dialogam com questões do cotidiano, identidade e memória, proporcionando ao público um espaço de reflexão e contemplação. As individuais “Sorrindo é Melhor” e “Sob nossos cascos” ficam em cartaz na unidade da Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás) até 29 de junho; já a mostra “Matrizes de Banzo: entre o perene e o perecível” será encerrada no dia 12 de julho.
“Sorrindo é Melhor”, de Cadjoo, possui curadoria de Sandra Lapage e do próprio artista. A mostra reúne desenhos, pinturas, animações e cadernos que traduzem sua percepção do dia a dia, filtrando os silêncios e ruídos do espaço urbano e transformando-os em manifestações visuais espontâneas.
A investigação artística de Cadjoo parte do questionamento do filósofo Paul Virilio: “O que acontece quando nada acontece?”. Seu processo criativo não passa por ensaios ou preparações, mas sim pelo registro imediato do que lhe atravessa no momento presente.
O fotógrafo e artista visual Marcelo Ramalho apresenta sua primeira exposição individual, “Matrizes de Banzo: entre o perene e o perecível”, com curadoria de Melissa Alves e apoio do Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes.
A mostra investiga as vivências do corpo negro no espaço urbano, abordando o conceito de banzo, termo de origem africana que carrega significados como saudade, mágoa e desejo de pertencimento.
O artista utiliza fotogravuras impressas sobre papelão reciclado, coletado em pontos de descarte urbano, como suporte para suas composições visuais. Sua obra questiona o que é considerado descartável e o que é digno de ser preservado, tensionando narrativas sobre memória e direito à cidade. A exposição transforma materiais efêmeros em registros visuais carregados de força e resistência, oferecendo um percurso onde passado e presente se entrelaçam.
“Sob nossos cascos”, do cineasta e artista visual Rafael de Almeida, tem curadoria de Divino Sobral. A exposição reúne um conjunto inédito de fotografias, vídeos, arquivos manipulados por inteligência artificial e instalações, propondo uma reflexão sobre o boi como entidade simbólica, política e afetiva nos territórios do Brasil Central.
A técnica de promptografia é tensionada por processos artesanais, como cianotipia, bordado, aquarela e tinta a óleo, criando uma atmosfera de estranhamento e memória suspensa. Também há vídeos produzidos a partir de suportes digitais e analógicos, como Super 8mm, intensificando a ambiguidade entre documento e ficção.
O Centro Cultural Octo Marques funciona de segunda-feira a domingo, das 9h às 16h, com entrada gratuita. O espaço permite a entrada de animais de estimação, desde que devidamente encoleirados.
Serviço: Centro Cultural Octo Marques inaugura 3 exposições | Goiânia
Quando: Individuais “Sorrindo é Melhor” e “Sob nossos cascos”, até 29 de junho | “Matrizes de Banzo: entre o perene e o perecível”, até 12 de julho.
Horário: Segunda-feira a domingo, das 9h às 16h
Onde: Rua 4, nº 515, Parthenon Center (entrada pela rua 7) – Centro
Entrada: Gratuita