Celebrado em 28 de outubro, o Dia Internacional da Animação homenageia a primeira exibição pública de imagens animadas, realizada em 1892 em Paris. Já no Brasil a animação vive um momento de reconhecimento dentro e fora das fronteiras. Entre as animações goianas, um destaque recente foi o curta “Entressonho”, do designer e animador Leandro Pimenta.
O filme conquistou dois prêmios na 26ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA): Melhor Curta-Metragem e o Prêmio TV Anhanguera do Cinema Goiano.
Nomes como o Província Studio querem auxiliar o mercado regional. Projetos como “Zé Pano e o Sopro da Vida”, animação que se passa em Trapolândia, onde bonecos de pano ganham vida por meio de botões que representam suas almas até que uma ameaça tecnológica rompe a harmonia do lugar.
Dirigido por Iuri Araújo e com direção de arte de Guilherme Araújo, o filme é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, via Secretaria de Estado da Cultura de Goiás.
Para o diretor do Província Studio, Guilherme Araújo, o crescimento do setor é resultado de persistência e colaboração.
“Temos poucos estúdios consolidados, mas estamos conquistando espaço. Produzir fora do eixo Rio-São Paulo traz desafios, mas também liberdade criativa. Criamos nossas próprias narrativas e ampliamos o alcance do que é feito aqui”, comenta. Segundo ele, o Província Studio já acumula mais de 10 anos de trajetória, e busca fortalecer o setor por meio de produções autorais e parcerias estratégicas.
Mais animações goianas
Além de projetos com roteiros próprios, o Província Studio também está produzindo o curta “O Conto da Lobeira”, em parceria com o roteirista e produtor Vitor Karrijo, do Pegoy Studio.
A obra acompanha a jornada de um lobo-guará em um Cerrado ameaçado pela destruição ambiental, em um alerta poético sobre a preservação. Tudo isso representado com elementos da estética do Estado.
Outro nome em evidência é o ilustrador e animador Renato Galhardo, que atua na adaptação da HQ “Icarus”, outra produção do Pegoy Studio com roteiro de Vitor Karrijo.
Galhardo avalia que o mercado regional de animação está em crescimento. “Temos um mercado pequeno, mas ascendente. Mostras como o Goiânia Mostra Curtas e o FICA dão visibilidade à animação feita aqui. As leis de incentivo são fundamentais para viabilizar produções autorais e fortalecer o setor.”
Para Galhardo, o fortalecimento da animação passa também pela formação técnica e acadêmica. “As instituições de ensino precisam promover mais contato com as produções locais, incentivar práticas criativas e ensinar o uso de softwares e processos da animação”, defende.
Ele cita iniciativas como a Escult, projeto do Ministério da Cultura que oferece curso gratuito de animação digital, como exemplos de estímulo à profissionalização. “Mesmo quem não tem experiência pode começar. O importante é ser curioso e versátil, porque o mercado exige profissionais que dominem várias etapas da produção.”, avalia.












