O Orum Aiyê Quilombo Cultural realiza, em Goiânia, de 1º a 16 de abril, o 1º Festival de Palhaçaria Preta do Centro-Oeste. Assim, o evento é produzido, pensado, articulado e apresentado por pessoas pretas. Ao todo, serão oferecidos ao público seis espetáculos de quatro artistas negros do estado. Dessa forma, terá apresentações em formato presencial e virtual, bem como oficinas e debates que colocam a palhaçaria preta no centro do holofote e das discussões.
O 1º Festival de Palhaçaria Preta terá ingressos limitados para quem quiser assistir às apresentações presencialmente, que custarão R$ 10. As apresentações serão gravadas e disponibilizadas gratuitamente no canal do YouTube do Orum Ayê, a partir do dia 20 de abril. O projeto conta com apoio da Lei Aldir Blanc.
O festival homenageia o palhaço Benjamin de Oliveira (1870-1954), conhecido como o primeiro palhaço negro do Brasil. Ademais, como o idealizador e criador do primeiro circo-teatro. Nascido no Rio de Janeiro, escreveu diversas peças de sucesso, entre as quais, O Diabo e o Chico, Vingança Operária, Matutos na Cidade e A Noiva do Sargento. Todavia, atuou também como cantor, nos entreatos, executando ao violão lundus, chulas e modinhas.
Programação
Começando os trabalhos do evento, Marcelo Marques apresenta “Minha Vida de Palhaço” no dia 1º de abril, às 19h. No dia seguinte (2/4), às 18h, o Palhaço Saracura apresenta “O Bambolero”. No domingo (3/4), também às 18h, o Palhaço Bulacha apresenta “Circo de Pulga”.
Na quinta-feira (7/4), às 20h, haverá uma mesa de debate sobre “A palhaçaria preta, seus desafios e conquistas pelo olhar de seus protagonistas”. Além disso, no final de semana seguinte, a Companhia Asas do Picadeiro apresenta “Os poderes de Icary”, na sexta-feira (8/4), às 19h. Já no sábado (9/4), às 18h, Marcelo Marques volta aos palcos apresentando “Mocotó OOOHHH!!!!”. No domingo (10/4), é o Palhaço Bulacha quem apresenta “O Domador de Animais”, às 18h.
O 1º Festival de Palhaçaria Preta segue ainda no outro final de semana oferecendo duas oficinas em formato híbrido: presencial e virtualmente. No dia 16/4, das 8h às 11h, Marcelo Marques oferece a oficina de “arte da palhaçaria para iniciantes”. No dia seguinte (17/4), das 14h às 17h, Marcelo oferece oficina de “acrobacia para iniciantes”. Os interessados na oficina deverão preencher formulário disponível no perfil do Instagram do Orum Ayê Quilombo Cultural.
Povo preto no centro
Segundo os organizadores, tanto o 1º Festival de Palhaçaria Preta, quanto o espaço Orum Aiyê Quilombo Cultural, nascem da necessidade de se ter em Goiânia um espaço que enfatizasse o protagonismo negro na produção cultural.
O local foi fundado por Raquel Rocha e Marcelo Marques. Ele conta que o evento pretende mostrar não apenas as dores do povo preto, mas também suas vitórias e felicidades. “Este evento vem do desejo de criar algo divertido e dinâmica que enfatizasse a alegria do povo preto. Ao mesmo tempo em que sabemos que grande parte das produções artísticas enfatizam nosso sofrimento. Dessa forma, chegamos à ideia de um festival de palhaços, um contraponto às angústias que vêm afligindo toda a população. Só que não bastava ser um festival de palhaço, seria necessário um evento protagonizado por pessoas pretas”, afirma o idealizador.
Serviço: 1º Festival de Palhaçaria Preta
Quando: 1º a 16 de abril de 2022
Onde: Orum Ayê Quilombo Cultural, Rua 10, Qd. L, Lt. 10, Residencial Nossa Morada
Espetáculos: R$10 (ingressos limitados)
Oficinas e debate: Gratuitos
*Todos os espetáculos serão gravados e disponibilizados no Canal do YouTube do Orum Ayê a partir do dia 20 de abril