Neste mês de agosto, a Companhia de Dança Deborah Colker chega ao Teatro Goiânia, no Centro da capital goiana, com o novo espetáculo “Sagração”. Na versão dirigida por Deborah Colker, a música clássica de Stravinsky encontra ritmos brasileiros no espetáculo inspirado por visões ancestrais sobre a origem do mundo. A apresentação acontece em duas sessões nos dias 23 e 24 de agosto (sexta-feira e sábado, às 21h).
Com apresentação do Ministério da Cultura e do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e patrocinado pela Petrobras, a Companhia está com a turnê celebrativa dos seus 30 anos.
Ao longo desses anos houveram mais de duas mil apresentações, em mais de 100 cidades, de 32 países, totalizando um público de cerca de 3,5 milhões de pessoas.
“Ao longo desses anos, assistimos e participamos de muitas transformações na cultura, na política e na economia. Chegamos até aqui porque temos este espírito de evolução, que é um tema muito precioso para o novo espetáculo”, avalia o diretor executivo João Elias, que em 1994 fundou a companhia de dança com Deborah Colker.
Os ingressos têm valores sujeito à alteração sem aviso prévio, que variam de R$ 19,80, promocional com quantidade limitada, a R$ 170 (inteira plateia inferior), com opção de entrada solidária mediante a doação na entrada de 1 kg de alimento não perecível.
As vendas estão sendo realizadas pelo site www.sympla.com.br, na Komiketo Sanduicheria da Avenida T-4, e na bilheteria do Teatro, mas somente nos dias das apresentações
Processo criativo
O processo criativo de “Sagração” durou dois anos e meio. O espetáculo é uma livre adaptação de “A Sagração da Primavera”, obra composta pelo russo Igor Stravinsky, que ganhou projeção mundial pela montagem estreada em Paris em 1913, com coreografia de Vaslav Nijinsky e produção de Sergei Diaghilev para os Ballets Russes.
A composição musical é considerada revolucionária por introduzir estruturas rítmicas e harmônicas nunca antes utilizadas em partituras.
“Quando decidi recontar esse clássico, pensei que teria de ser a partir da cosmovisão de povos originários do Brasil”, lembra Deborah, que também é pianista. “Stravinsky foi responsável por pontos de ruptura e provocação entre o erudito e o primitivo. ‘A Sagração da Primavera’ representa esses pontos de evolução da humanidade”.
Foi em uma viagem para o Xingu, durante o Kuarup, e no encontro com as aldeias indígenas Kalapalo e Kuikuro, que Deborah conheceu Takumã Kuikuro.
O cineasta contou à ela como o povo do chão recebeu o fogo do Urubu Rei. Essa história é dançada e acompanhada por narração do próprio Takumã e faz parte da coleção de cosmogonias que a diretora reuniu para montar a dramaturgia do espetáculo.
“Tudo só poderia ter começado com uma mulher. Uma avó. A avó do mundo”, conclui Deborah, que, na companhia de Nilton Bonder, revisitou a mitologia judaico-cristã. Do livro “Gênesis”, as passagens sobre Eva e a serpente e sobre Abraão ganham cenas que destacam momentos de ruptura.
“São dois mitos que elaboram sobre a consciência humana: pela autonomia de uma mulher que desperta para caminhos interditados e transgride; e de um homem que sai da sua casa e cultura em direção a si mesmo”, destaca o dramaturgo. Além das alegorias bíblicas, a coreógrafa também buscou referências na literatura científica.
“A versão mais recente da nossa espécie é a Homo sapiens sapiens que, assim como outros seres, precisa se adaptar constantemente”, pontua Deborah, destacando a presença das personagens que representam bactérias, herbívoros e quadrúpedes no espetáculo.
“Nossa dramaturgia é feita da poesia presente em mitos e teorias que pensam a existência da vida em nosso planeta”. A coreógrafa, em parceria com o diretor musical Alexandre Elias, introduziu à partitura instrumental de Stravinsky a sonoridade pujante das florestas e ritmos brasileiros.
Boi bumbá, coco, afoxé e samba foram introduzidos à criação de Stravinsky. Aos acordes de instrumentos de orquestra, o diretor musical adicionou flauta de madeira, maracá, caxixi e tambores.
Os paus de chuva também entram em cena no arranjo executado ao vivo pelos bailarinos. Para Alexandre Elias, “foi um privilégio trabalhar profundamente na estrutura da obra”
Serviço: Espetáculo Sagração – Companhia de dança Deborah Colker | Teatro Goiânia
Quando: 23 e 24 de agosto
Onde: Teatro Goiânia – Rua 23, nº 252 – Centro
Vendas: www.sympla.com.br (Venda sujeita a taxa de serviço) e Komiketo Sanduicheria (Av. T-4, n. 6000, St. Serrinha – Das 11h até às 22h). Bilheteria do teatro somente nos dias das apresentações
Valores dos Ingressos:
– Plateia Inferior
Inteira: R$ 170
Meia: R$ 85
Solidário: R$ 130 + 1 kg de alimento
– Plateia Superior
Inteira: R$ 140
Meia: R$ 70
Solidário: R$ 110 + 1 kg de alimento
Fila A de 01 a 30
Fila B de 01 a 30
Fila C de 01 a 30
Fila D de 01 a 30
Fila E de 01 a 30
Fila F de 14 a 30
– Plateia Promocional (na plateia superior) (20% lotação = 142 lugares)
Social Inteira: R$ 39,60
Social Meia: R$ 19,80
Fila F de 01 a 13 (13 lugares)
Fila G de 01 a 30 (30 lugares)
Fila H de 01 a 31 (31 lugares)
Fila I de 01 a 30 (30 lugares)
Fila J de 01 a 29 (29 lugares)
Fila K de 20 a 28 (9 lugares)
*Valores sujeito à alteração sem prévio aviso.
* Meia-entrada: estudantes, idosos acima de 60 anos, professores da rede pública e funcionários públicos, mediante comprovantes.
* Não é permitido entrar com alimentos e bebidas no Teatro.