Ir ao Estádio Serra Dourada acompanhar jogos de futebol de diversos campeonatos acaba por construir rituais muito próprios nos torcedores de Goiânia. Alguns hábitos estão intimamente ligados à gastronomia do lugar. Degustar as comidas do Serra Dourada como o badalado disco de carne é praticamente o símbolo da construção de uma identidade.
Para quem se antecipa ao horário das partidas, as barraquinhas montadas no estacionamento do estádio são propícias para um esquenta. Espetinhos de carne e sanduíches de pernil podem ser pedidos a partir das 15h para os jogos diurnos (iniciados às 16h ou 17h). Em jogos noturnos, o espaço abriga o happy hour ou a celebração do resultado.
Ao cruzar as catracas, as comidas do Serra Dourada estarão carregadas de histórias. Muitos dos permissionários ocupam os bares do estádio há mais de 20 anos. O cardápio de bar em bar não varia tanto assim. Mas a rivalidade para os melhores quitutes permeia os corredores e arquibancadas.
O bar do Mourão, que ocupa o espaço 16, é um dos mais conhecidos do estádio. Lá são fabricados discos de carne fresquinhos. Além de alimentar a própria estufa, os discos, cuja receita foi desenvolvida por Marilene, são fornecidos a outros bares. Em jogos com pouco público a lanchonete fabrica em média 500 unidades de disco de carne (R$ 5). Dependendo da lotação, a produção chega a 1,2 mil.
Dá de observar os discos de carne sendo feitos do lado de fora do bar. A carne temperada vira uma bolinha com a medida da mão da cozinheira. Depois é achatada, passada na farinha de rosca, no ovo e novamente na farinha. É a repetição que garante o crocante. Bom… se o óleo estiver bem quente. Fica pronto quando o disco flutua no tacho. Assim é feita das mais populares comidas do Serra Dourada.
“Nós estamos aqui há 25 anos. O atendimento é muito bom e o meu disco, não tem nem o que falar. Eles (os torcedores) gostam demais dos discos”, afirma Marilene Mourão, a dona do tempero e dos segredos de um dos mais badalados discos de carne no Serra Dourada. “Tudo é feito aqui e é frito na hora. Faz o disco, vai pro tacho e depois vai direto para estufa”, conta a comerciante que também consome seu salgado em casa.
E que tal petiscar amendoim a bola rola no gramado? Prefere descascado ou tirar a casca será uma forma de aliviar a tensão da partida. Gosta de pamonha frita? Churrasco grego te faz salivar? Um dos alimentos com o DNA do Serra é a coxa e sobrecoxa fritas. A pele do frango fica bem crocante (R$ 8). É um ótimo lanche e que há anos é uma das preferências dos torcedores.