Bem perto de Goiânia, mais precisamente a 73 quilômetros, está localizado um local que é pouco conhecido pela maioria dos goianos e goianienses, a Floresta Nacional (Flona) de Silvânia, um dos principais santuários de preservação e visitação do Cerrado. Assim, é uma das duas áreas em Goiás elevadas a esta categoria. A outra é a Flona de Mata Grande, no município de São Domingos, região norte do estado.
A Floresta Nacional de Silvânia atualmente está sob gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e está aberta à visitação agendada. O local possui diversos exemplos da flora e da fauna do Cerrado, com cobertura florestal predominantemente nativa. Assim, é possível encontrar pequi, ipê, baru, jacarandá e angico. Além disso, há animais ameaçados de extinção como o gato-do-mato, o lobo-guará e o tamanduá-bandeira.
Atualmente, o local é buscado para quem procura por pesquisa, bem como para visitação. De acordo com Pedro Vilela, engenheiro florestal e assessor da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Goiás (Seapa), a interação com o público é uma das principais características da Flona de Silvânia.
“Existem unidades de conservação que se destinam somente à preservação, com pesquisas restritas, e outras que são direcionadas à exploração e visitação. As Flonas têm por objetivo combinar a visitação e a pesquisa. Então, podemos dizer que uma grande característica dessas unidades é a interação com o público. Logo, são muito importantes por entregarem uma vivência mais profunda das pessoas de centros urbanos com a natureza em grandes áreas preservadas. As Flonas propiciam uma grande ligação entre pessoas e a natureza”, avalia Pedro Vilela.
A história do local
A área onde está hoje a Floresta Nacional de Silvânia era uma fazenda até 1948, de propriedade particular de um morador da região. No ano seguinte, por proposta do deputado federal Galeno Paranhos, o governo federal criou ali o Horto Florestal de Silvânia, liberando verba para a aquisição da fazenda. Assim, desde então, a área de 486 hectares se tornou um dos principais locais de estudo sobre o Cerrado.
Apenas em 2002 se tornou Floresta Nacional em 2001, ainda sob gestão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Outro destaque do local é a estrutura aberta a estudiosos do Cerrado. Dessa forma, possui biblioteca com mais de 500 títulos sobre fauna, flora e ecologia, alojamentos para pesquisadores e casa de apoio.
Mais sobre a Floresta Nacional de Silvânia
A principal atração para quem visita a Flona de Silvânia são as trilhas, utilizadas para quem quer fazer caminhada, e também por ciclistas. Uma delas, de cerca de 1 quilômetro, é ideal para famílias com crianças e idosos. Ademais, há uma trilha de 2,5 quilômetros de extensão, com passeio por área de vegetação mais densa e mata mais fechada.
A área de lazer e visitação da Floresta Nacional de Silvânia também oferece mesas, bancos e sanitários. Além disso, de pontos de energia elétrica para grupos de turistas, pessoas da comunidade, estudantes e pesquisadores. Há ainda um mirante, com uma vista ampla de toda a região, um viveiro com mudas de espécies nativas, um pequeno lago artificial e algumas pontes. Segundo os gestores, tudo está sinalizado.
De acordo com Pedro Vilela, essa característica de estar aberta ao público é fundamental para despertar nas pessoas o interesse em conhecer e valorizar o Cerrado, bioma que, segundo ele, ainda precisa ser mais reconhecido no Brasil.
“Com certeza, o Cerrado ainda carece de valorização e reconhecimento, que precisa ser mais estudado e mais preservado. Por se tratar de bioma riquíssimo, com grande diversidade, o cerrado cumpre uma função ecológica muito importante em todo o ecossistema do país, com trânsito de muitas espécies. No mundo inteiro, não existe um bioma de savana tão rico e diverso como o nosso cerrado. Acredito que quanto mais pessoas visitarem a Flona de Silvânia, mais aumenta a vontade de pedir aos órgãos responsáveis a expansão e a melhoria dessa e de outras unidades de conservação”, defende o engenheiro florestal.
Como visitar
Durante a pandemia do coronavírus, as unidades de conservação sob gestão do ICMBio permaneceram fechadas entre março e agosto de 2020. Assim, vem passando por uma reabertura gradual. Atualmente, a Flona segue os protocolos de segurança sanitária estabelecidos pelo município de Silvânia, não permitindo a visitação de grupos com muitas pessoas.
É possível acessar a Floresta Nacional de Silvânia a partir de Goiânia através da GO-330, que faz interligação com a GO-010. A visitação é gratuita e recomenda-se aos interessados que entrem antecipadamente em contato com a administração da unidade, pelo telefone (62) 99221-4407 ou o e-mail [email protected], para que o passeio possa ocorrer sem imprevistos.