A Prefeitura de Goiânia decidiu, em reunião do Gabinete de Gestão de Crise Covid-19, na manhã desta segunda-feira (3/8), que a Feira Hippie continuará funcionando somente aos sábados e domingos. Assim, após alguns finais de semana sem funcionar, como forma de protesto feito pela Associação do Feirantes da Feira Hippie, os feirantes devem voltar às atividades neste fim de semana.
Antes da pandemia do coronavírus, a Feira Hippie era montada de sexta-feira a domingo. Esta frequência foi autorizada em 2018, mas, segundo a Prefeitura de Goiânia, só valia até o início das obras da Praça do Trabalhador, o que aconteceu há mais de um ano, em 2019.
A reunião
O funcionamento da Feira Hippie apenas aos sábados e domingos foi defendido na reunião pelo secretário da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia (Sedetrc), Walison Moreira, e também pela secretária de Saúde, Fátima Mrúe. Assim, segundo eles, poderão ser realizadas as avaliações dos riscos de conceder um dia extra ao seu funcionamento.
“Sexta-feira não é o dia da feira funcionar. A feira começou a funcionar no domingo, aí os feirantes conquistaram, no passado, em 2016, o direito de trabalhar também aos sábados. Achamos que agora não é o momento de acrescentar o dia de maior aglomeração na região à Feira Hippie”, afirmou Walison Moreira.
Na reunião, o presidente da Associações dos Feirantes da Feira Hippie, Waldivino da Silva, reiterou a importância da sexta-feira. Segundo ele, se trata de um dia em que muitas caravanas vêm do interior para a Região da 44. Em conversa com a reportagem do Aproveite a cidade, ele afirmou que as vendas neste dia representam 50% do total de cada final semana.
“As vendas de sexta-feira são as de atacado. O varejo não mantém a feira em funcionamento. Voltaremos neste fim de semana para sobrevivermos, mas continuaremos fazendo protestos para voltarmos a abrir nas sextas”, disse.
Para o secretário de Governo e presidente do Gabinete de Crise, Paulo Ortegal, a concessão de mais um dia para a Feira Hippie será condicionada ao acompanhamento da evolução do coronavírus em Goiânia. “Temos limites, estamos vivendo um momento diferenciado, um momento de pandemia, temos questões epidemiológicas, mas o diálogo com os secretários de Desenvolvimento e Saúde continua”, afirmou.
Retomada das feiras especiais
A retomada das 32 feiras especiais em Goiânia aconteceu no dia 21 de julho, após quatro meses com interrupção por conta das medidas de enfrentamento ao coronavírus. Dessa maneira, a retomada fez parte do processo do retorno das atividades econômicas e não econômicas na capital.
Dentre as medidas, as barracas montadas e o espaço de funcionamento devem ocupar 50% de toda a feira. Assim, para que isso aconteça, deve ser adotado o sistema de revezamento semanal entre as bancas ímpares e pares.
Segundo o presidente da Associação dos Feirantes da Feira Hippie, a volta seguirá todos os protocolos da prefeitura. Porém, não se sabe ainda o que será feito para que o local funcione com apenas 50% da sua capacidade, já que não há marcação no chão. Uma reunião será realizada nesta terça-feira (4/8) para definir esta questão.
Os feirantes devem manter distanciamento de 2 m entre as bancas. Além disso, em todos os casos serão obrigatórios o uso de máscara e manter o distanciamento social mínimo de 1 m entre trabalhadores e clientes. Ademais, devem disponibilizar álcool em gel 70% para clientes e funcionários, limpar as superfícies frequentemente e desinfectar com álcool 70%.
Feira Hippie possui portal de vendas on-line
Visando amenizar os prejuízos causados pela pandemia do coronavírus, em maio, foi lançado o portal de vendas da Feira Hippie. O site apresenta-se com uma alternativa para os feirantes apresentarem suas mercadorias aos clientes, que podem realizar compras on-line.
A ação busca manter em funcionamento, por meio da internet, de um dos maiores centros de compras do Brasil, que também é uma das maiores feiras da América Latina. Dentro da plataforma digital, o feirante tem que se cadastrar. Depois, dentro do site, pode cadastrar sua mercadoria. Aliás, há uma segmentação por categorias. Assim, o consumidor encontra bolsas, bijuterias, roupas e calçados.