A escritora Lêda Selma, ex-presidente da Academia Goiana de Letras (AGL), é premiada com a mais alta comenda cultural de Goiás. Ela receberá o Troféu Jaburu 2020, que há 8 anos não era direcionado a Literatura. Assim, o último escritor a receber a homenagem foi Edival Lourenço, em 2012. Todavia, por causa da pandemia, o prêmio, uma escultura da artista Neuza Morais em bronze, só chegará às mãos da escritora em 2021. Tal decisão é parte de um decreto assinado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado.
A escritora Cora Coralina, há 40 anos, foi a primeira escolhida pelo Conselho Estadual de Cultura para receber a premiação. Assim, a cada ano, uma pessoa da área cultural é destacada e premiada com a honraria. Também já receberam o Troféu Jaburu: Siron Franco, Goiandira do Couto, Leolídio Di Ramos Caiado, Maestro Joaquim Jayme, João Batista de Andrade, Juca de Lima, Miguel Jorge, Antônio Poteiro e Edival Lourenço.
Troféu Jaburu reconhece obra e trabalho de gestão
Segundo o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Carlos Willian Leite, a escolha de Lêda Selma para receber o reconhecimento em 2020 deve-se a um trabalho que vai além de literatura. Ele destaca a notável atuação de Lêda “na literatura, tanto na poesia e na prosa, como em relevantes projetos literários, que obtiveram reconhecimento nacional”. Além disso, a escritora também teve, segundo ele, atuação destacada por causa de seu senso “inovador e criativo”, como gestora cultural. Dessa forma, enaltecendo as letras e a cultura de Goiás.
Para a escritora o Troféu Jaburu trouxe a consolidação de sua carreira literária. “Para mim, é a convicção de que contribuí, com o que tinha de melhor, no âmbito literário, para a cultura do nosso Estado”, afirma Lêda Selma.
Mais sobre a escritora Lêda Selma
Segundo informações da Secretaria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás (Secom – UFG), a escritora Lêda Selma de Alencar nasceu no dia 15 de agosto de 1950, na cidade de Urandi (BA). É filha de Ezy Dantas e de Laurinda Davi de Carvalho. Mudou-se para Goiânia ainda criança e estudou do curso primário ao magistério no Colégio Santo Agostinho.
Lêda Selma cursou Letras Vernáculas na atual Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e pós-graduação em Linguística na UFG. Foi professora em diversos estabelecimentos de ensino em Goiânia, é produtora cultural, pertence à União Brasileira de Escritores de Goiás, e Associação Goiana de Imprensa. Além disso, ingressou no Jornalismo escrevendo crônicas para a Folha de Goyaz e para o jornal Diário da Manhã.
Detém os títulos de Cidadã goianiense e goiana, além de vários prêmios literários. Dentre as obras que publicou, estão: Das sendas à travessia, 1986; A dor da gente, 1988; Fuligens do sonho, 1990; Migração das horas, 1991; Erro médico: uma ferida social, 1991; Pois é, filho, 1997; Até Deus duvida, 2002; Silencios de viento y mar (bilíngue), 2003; Hum!… sei não, 2005; À Deriva, 2005.