Uma ideia genial, que pareceu loucura em 1947. A Fazenda Jabuticabal, em Hidrolândia (GO), a 30 km de Goiânia, surgiu depois que Antônio Batista da Silva, de 91 anos, pedreiro que eventualmente vendia jabuticaba na região da então nova capital de Goiás, conseguiu um belo lucro ao levar a fruta para a feira. Comprou uma vaca e depois terras. Plantou jabuticabeiras. Foi assim que começou a ser formado o maior pomar de jabuticaba do mundo, com 42 mil pés da fruta.
O negócio se reinventou em 1966, quando os turistas passaram a visitar o local para colher as jabuticabas no pé. Isso ocorreu a pedido dos clientes e o fazendeiro decidiu cobrar uma taxa diária. É assim que funciona até hoje em todas as propriedades do complexo. O #aproveiteacidade visitou a Fazenda e Vinícola Jabuticabal (@fazendaevinicolajabuticabal), cuja administração fica a cargo de um dos filhos de Antônio, o Paulo Antônio da Silva, de 49 anos. A taxa é de 30 reais por adulto. Crianças a partir de 4 anos pagam R$ 15.
Reportagem de TV deixou a fazenda famosa
Mais famosa ficou a fazenda graças à televisão. Numa reportagem no final da década de 1970, o repórter Cassim Zaidem brincou com Antônio e propôs um desafio: doar a fazenda à pessoa que fosse capaz de comer uma jabuticaba de cada pé durante uma visita à propriedade. Até hoje ecoam os reflexos da afirmação dada na TV. Ou seja, é comum ver visitantes movidos pelo desafio impossível.
“O pessoal até hoje só levou na brincadeira”, conta Paulo sobre a aposta. Na época da reportagem eram 7 mil jabuticabeiras. Em 40 anos, a plantação está seis vezes maior. De acordo com as contas do administrador da vinícola, o desafiante teria de comer 420kg de jabuticaba. O recorde que guarda na memória é de uma competição de “quem come mais jabuticaba” realizada em Hidrolândia anos atrás. O comilão devorou 4,5 kg da fruta.
Toda a lógica produtiva da fazenda é pensada de acordo com a temporada de colheita, época em que a propriedade abre as portas diariamente, das 8h às 18h para receber visitantes sob os belíssimos corredores de árvores. Portanto, é tradicional que a data de abertura do pomar aos turistas caia no feriado de 7 de setembro, mas este ano começou mais cedo, no dia 2 de setembro.
Mais seca, mais jabuticaba
Por causa da seca prolongada, a temporada de colheita 2017 será maior, uma vez que a plantação é toda irrigada e a produção controlada por áreas. A entrada de turistas é coordenada por região. Os espaços são abertos por etapas para que todos colham frutas maduras. A previsão inicial era que as visitas ocorressem até o dia 2 de novembro, mas irão até o dia 15 de novembro.
As pessoas chegam cedo e descem para o pomar. Na hora do almoço, é subir ao mirante para degustar comida feita no forno a lenha. Se for final de semana, violeiros embalarão a refeição. No intervalo entre coletar e comer, você pode se sentar nos bancos espalhados pela plantação, fazer um piquenique ou se refrescar no Rio Dourados.
No fim da tarde é carregar a baciada de jabuticaba rampa acima, lavá-las e pesa-las pra degustar em casa. O quilo sai por 7 reais. Vale dividir com a família, os vizinhos e até congelar. A verdade é que colher a fruta parece mais um pretexto pra compartilhar a experiência e a alegria que dá após o estalo daquela bolinha preta entre os dentes. Para quem gosta, jabuticaba é um cadinho de felicidade.
Produtos da fazenda e vinícola
A produção excedente, que não era consumida pelos turistas, fez a família à frente da Jabuticabal desenvolver produtos derivados da fruta. Ou seja, surgiram geleias, vinhos, licores e cachaça. Criada em 1999, a vinícola chegou a produzir 50 mil garrafas por ano. Atualmente, se limita a 5 mil garrafas, comercializadas somente na Fazenda e Vinícola Jabuticabal.
Este ano, a novidade consiste em mesclar os derivados da fruta com cafés gelados. As receitas utilizam licor e geleia. Durante a visita, o #aproveiteacidade experimentou o mokaba (R$ 8), que mescla o cappuccino com geleia de jabuticaba. O sabor é bem único e pode ser degustado enquanto se observa o pôr do sol do mirante.
Como chegar
Tão corriqueira quanto as baciadas que se leva embora depois da colheita na Fazenda e Vinícola Jaboticabal, é errar o caminho até lá. Os turistas – 70 % são de Goiânia – mentalizam que é necessário passar próximo a zona urbana Hidrolândia como para chegar à propriedade.
Assim, o melhor caminho partindo de Goiânia deixa a BR-153, passa por dentro de Aparecida de Goiânia e chega até o Distrito de Nova Fátima, em Hidrolândia, pela GO-319. São 4 km de estrada de terra até o paraíso das jabuticabas!
Fazenda e Vinícola Jabuticabal
Endereço: GO-319, Km 18, Distrito de Nova Fátima, Hidrolândia/GO
Instagram: @fazendaevinicolajabuticabal
Facebook: https://www.facebook.com/fazendaevinicolajabuticabal/
Site: http://www.vinicolajabuticabal.com.br
Telefone: (62) 3505-9549