As Cavalhadas, uma das mais tradicionais festas populares de Goiás, e a Feira Hippie, em Goiânia, podem ser registrados como Patrimônio Cultural do Estado. Assim, o processo é realizado pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult Goiás).
O órgão é responsável por gerir todos os trâmites do processo, por meio da Superintendência de Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico. Dessa forma, realiza pesquisas e levantamentos em conjunto com a comunidade.
A execução é feita com a documentação e acompanhamento da dinâmica das manifestações culturais registradas. Além disso, visa fomentar ações de apoio, promoção, divulgação e rentabilização desses bens. Elas são feitas por meio de estudos, levantamento de documentação, bem como produção de instrumentos que asseguram o bem cultural.
“Nosso objetivo é preservar e salvaguardar esses patrimônios, considerados bens imateriais, garantindo legalmente a proteção e manutenção deles”, ressalta o secretário de Cultura, César Moura.
Toda a ação é feita em conjunto entre o Estado, estudiosos da cultura e os detentores do bem. Dessa maneira, o objetivo é que a força da proteção legal não prejudique o patrimônio. Atualmente os processos de registro Patrimônio Cultural do Estado da Feira Hippie e das Cavalhadas estão em fase de instrução para a produção dos Dossiês Técnicos.
A expectativa é que todo esse andamento ocorra nos próximos meses, para que a documentação necessária seja produzida, conferida e anexada ao Dossiê para a aprovação final do Conselho Estadual de Cultura.
O que é o registro como Patrimônio Cultural
O registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial e o Programa de Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Goiás foram criados pelo Decreto 8.408, de 2015.
O documento trata sobre a descrição do processo de produção, circulação e consumo. Também demanda o contexto cultural e informações históricas sobre o bem, além de documentação histórica disponível (fotografias, documentação audiovisual, materiais informativos de diferentes mídias etc.). Ademais, o processo deve conter referências à formação e continuidade histórica do bem, assim como as transformações ocorridas ao longo do tempo e as proposições de ações para salvaguarda do bem visando sua continuidade.
Assim, através de instrumentos como a identificação, a pesquisa, o inventário e o registro, é possível estabelecer políticas públicas eficazes para cuidar e zelar pela preservação e continuidade do patrimônio. Todo esse processo é instruído com documentação. Também com informações sobre o bem cultural, obtidas por meio de extensa pesquisa. O dossiê elaborado será posteriormente apreciado e deliberado pelo Conselho Estadual de Cultura.
Cavalhadas
Realizadas há mais de 200 anos em Goiás, o calendário do Circuito das Cavalhadas inclui 12 municípios. Dessa forma, recebem as Cavalhadas os municípios de Corumbá, Crixás, Hidrolina, Jaraguá e Palmeiras de Goiás. Além disso, Pilar, Pirenópolis, Posse, Santa Cruz de Goiás, Santa Terezinha de Goiás, São Francisco de Goiás e a cidade de Goiás.
As festividades são celebrações que encenam batalhas medievais entre mouros e cristãos. Assim, se passa quando o exército muçulmano, depois de conquistar Portugal e Espanha, resolve invadir a França. A festa une religiosidade, fé, cultura e turismo. Também a valoriza tradições que misturam elementos sagrados e símbolos pagãos. Todos os anos, milhares de turistas às cidades, que movimentam a economia, mobilizando os moradores e visitantes a reviverem toda a história.
Por toda essa história, as Cavalhadas estão no processo de registro para se tornarem Patrimônio Cultural do Estado.
Feira Hippie
A Feira Hippie de Goiânia é considerada a maior feira ao ar livre do Brasil e da América Latina com aproximadamente 7 mil bancas. É realizada às sextas, sábados e domingos, em um ponto histórico e turístico da cidade, a Praça do Trabalhador. O local fica próximo do Terminal Rodoviário de Goiânia, próximo à antiga Estação Ferroviária de Goiânia.
Sua história começa no final da década de 60, quando alguns hippies expunham suas peças no Mutirama. Posteriormente, na Praça Universitária, depois na Praça Cívica até o local que se encontra atualmente.
A feira é composta por montadores que se organizam e contam com associação própria e também com a Rádio Hippie, que leva informação e música aos feirantes e visitantes. A comercialização forte do local é a moda, que atrai excursões de todo Brasil e Mercosul.
Também são encontrados produtos de diversos setores como artesanato, calçados, produtos importados, artigos regionais, comidas típicas de Goiás e de outros estados e países, mostrando a diversidade cultural da Feira Hippie, o que permite a participação no processo de registro para se tornar Patrimônio Cultural do Estado.
* Com informações da Secult Goiás