O Bar do Dodô, em Goiânia, é com toda certeza um dos bares mais antigos ainda em funcionamento na capital. No mesmo local – entre o Setor Aeroviário e a Vila São José – desde os anos 70, o bar tem mesas na calçada, boa variedade de pratos no cardápio e cerveja gelada. Enfim, a definição de um bom boteco!
Dodozinho, como é conhecido José Alfredo, atual dono do local, conta que a história do Bar do Dodô começou com o pai, Eudóxio Miguel, o Dodô, que abriu um bar e armazém, em 1967, no Setor Coimbra. Em 1970, o bar chegou ao local atual.
Em 1988, Dodozinho, hoje com 53 anos, se casou e começou a tomar conta do bar juntamente com o pai. Em 2000, o armazém foi fechado e apenas o bar continuou funcionando.
Dodozinho afirmou que o pai foi um homem que sempre trabalhou muito. Esteve à frente do bar até falecer, no ano de 2013. “Eu não sei nem descrever o quanto meu pai era uma pessoa boa e trabalhadora”, contou, bastante emocionado.
Hoje, além de Dodozinho, trabalham no bar a esposa Rosana, e o filho do casal, Guilherme, que está começando a aprender mais sobre a administração do local.
Como é o Bar do Dodô
Quem chega logo observa que poucas mesas e cadeiras cabem dentro do bar. Para acomodar todos os clientes a calçada é ocupada por mesas, inclusive do outro lado da rua. Só assim para atender a quantidade de frequentadores.
O bar funciona de segunda a sexta-feira, das 16h à 0h. Aos sábados, o local abre às 11h e também vai até oh. Aos domingos, o local não abre. Nos feriados, normalmente, fica fechado, a não ser nos que caem em dias de semana.
Na conversa com o #teamaproveite, Dodozinho afirmou que o local vende mais comida do que cerveja. E nas nossas visitas ao bar, isso ficou muito claro. Quase todas as mesas têm alguém comendo uma das especialidades do Dodô. Cerveja, segundo ele, pelo tamanho do bar, vende até pouco.
Os pratos mais populares do Dodô são: a rabada, que existe desde quando o Dodô pai comandava o local, a língua ao molho vermelho e a dobradinha ao molho vermelho. Além disso, a bacalhoada servida às quartas-feiras, o fígado com jiló e o camarão. Ainda tem os pratos do concurso Comida di Buteco, do qual o bar participa desde 2008 e quase todos continuam no cardápio.
Comida di Buteco e popularidade
Dodozinho afirma que foi convidado a participar do concurso Comida di Buteco em 2008 e, desde então, participou todos os anos. Já na primeira participação, foi campeão, com um bolinho de bacalhau. Posteriormente, voltou a ser o melhor boteco de Goiânia em 2011, com um prato chamado Casadinho do Sertão (feijão de corda com carne seca e farofa de bacon).
“Sempre penso em fazer pratos mais diferentes para o concurso, sempre inovando e sem repetir o que é feito em outros bares”, contou Dodozinho. Em 2018, o Bar do Dodô concorreu com o prato Vão-se os dedos, Ficam os Anéis!, com dedinhos de muçarela frito e anéis de lula. A receita tinha também geleia de pimenta.
Dodozinho é quem cuida da cozinha do Bar do Dodô. O proprietário conta com três pessoas para ajudá-lo, mas a criação dos pratos é dele.
A vida fora do bar
“Minha vida é o bar, mas às vezes fecho o bar para tentar desestressar um pouco”. Assim, Dodozinho descreve sua relação com o Bar do Dodô, em Goiânia.
Nos meses de julho e dezembro, normalmente Dodozinho viaja com sua família e o local fica fechado por alguns dias. “Preciso tirar umas férias para descansar um pouco do bar”, disse.
O futuro do Bar do Dodô
Desde que Dodozinho cuida do bar, o local já foi ampliado algumas vezes, e agora está sendo considerado pequeno pelo dono. Assim, uma reforma já está sendo pensada para melhorar a estrutura do bar e receber melhor seus clientes, a quem do proprietário trata como família.
“Muitos clientes viram família. E o dia que isso não acontece, vêm me perguntar se estou bem. É desse jeito”. Muitos deles, são frequentadores desde que o bar abriu. Tem até uma parede de fotografias para exaltar os mais assíduos.
Segundo ele, um lugar ao lado do bar já foi comprado e a expansão deve começar até o ano que vem. “Eu quero fazer um bar com ambiente mais fresco, mas que continue tendo um jeito de bar mais antigo”, afirmou.
Dodozinho quer um lugar mais aconchegante para os frequentadores, com uma cozinha maior e banheiros melhores. Porém, o bar deve continuar funcionando durante a reforma, ainda que de forma parcial.
Com brilho nos olhos de quem sabe o que conquistou, Dodozinho fala do bar, construído por seu pai, com amor. É como se o local fosse um filho. “Eu não me vejo sem esse bar. E com fé em Deus não vou ficar sem este local nunca.”