O projeto “Em Cartaz”, da Secretaria de Cultura de Goiás (Secult), criou, no mês de julho, o programa Ateliês Goianos, onde artistas abrem seus ateliês ou salas artísticas aos expectadores e mostram parte de suas criações. E um dos entrevistados é Diogo Rustoff, que conta um pouco da sua história e seu processo criativo.
Com 34 anos, o artista nasceu em Goiânia, onde sempre viveu e trabalhou. Formado em Design Gráfico pela Universidade Federal de Goiás (UFG), iniciou sua produção de pintura e arte de rua durante a graduação, por volta de 2006. Seus primeiros trabalhos foram intervenções urbanas com estêncil (técnica de reprodução de imagens a partir de moldes vazados) e com grafites.
Além disso, conta que começou a fazer experimentação, pintando papéis e objetos que encontrava na rua, que se tornaram o que ele chama de “objetos de arte”. Estas obras foram apresentadas em sua primeira exposição, em 2010.
Mais sobre a arte de Diogo Rustoff
O artista, que passa boa parte da entrevista sentado em uma mesa, onde está cercado por suas obras, conta ser obcecado por imagens. “Com o tempo fui sentindo a necessidade de falar mais pela obra, de não ser apenas um desenho bonito. Eu gosto de provocação, de colocar um certo humor. Eu tento contar histórias nas peças que produzo”, conta.
Por muitos anos o artista trabalhou com a técnica do estêncil, fundamental para a formação do seu traço. Porém, o contato com diversos tipos de arte fez Diogo Rustoff se encontrar com a acrílica, sendo esta a base da sua produção atual. Assim, já realizou três exposições individuais em Goiânia, além de várias coletivas. Também possui em seu currículo participações em festivais nacionais e internacionais de Street Art.
Um destes festivais, o Aproveite a cidade já mostrou por aqui. O Festival Lambesgoia resultou em muro coberto de lambe-lambes na esquina da Avenida Tocantins com a Rua 2 e a Rua 9, no Centro. Ao todo, o local conta com trabalhos de mais de 70 artistas do Brasil e de outros países, e teve o artista goiano como um dos organizadores. AQUI você confere uma entrevista que o Aproveite a cidade fez com o Diogo Rustoff sobre o o festival de lambes.
Figuras humanas e as cidades
A figura humana é o tema central na obra de Rustoff, que sempre foi fascinado pelas pessoas que habitam as cidades. Assim, sua produção atual passa pela relação com o ambiente urbano e a ocupação dos espaços públicos. Dessa maneira, explora questões como a construção da memória, conservação e decadência, ausência e presença.
“Eu gosto de observar as coisas, de observar os lugares no qual a gente vive e eu transito, para passar isso para a tela. Às vezes de maneira exagerada, mas apenas para chamar atenção”.
Na entrevista, o artista goiano afirma que, em Goiânia, o que mais chama a atenção dele é a decadência que existe em bairros tradicionais, que, ao mesmo tempo, considera um certo charme. “A cidade tem uma grande quantidade de conflitos”, ressalta.
Ateliês Goianos
O programa Ateliês Goianos, da Secult Goiás, já visitou outros artistas desde seu início, no mês de julho. Assim, já falou com nomes como Marcelo Solá, que inaugurou a programação, Pitágoras, Sandro Torres, Gilvan Cabral e Evandro Soares. Também foram entrevistados os artistas Ebert Calaça e Zé César.