A 20ª edição do Festival Bananada chegou ao fim na madrugada desta segunda-feira (14). A despedida foi embalada pela sonoridade urbana, peculiar e dançante do grupo baiano BaianaSystem. Foi um show para se esbaldar e sentir saudades de um evento marcado pela diversidade e que buscou se adaptar a um novo espaço, o Shopping Passeio das Águas.
De quinta-feira (10/5) até domingo (13/5) ocorreram shows na arena. Há de se destacar a grande celebração e os significados intrínsecos ao Refavela40, apresentado na sexta-feira (11/5). O show idealizado por Bem Gil e cujo pai, Gilberto Gil, é a maior estrela, finca os pés na MPB, suas causas e o modo de tocar as pessoas.
Na plateia, havia quem cantasse a plenos pulmões empunhando a bandeira do Movimento Negro. Tinha também uma jovem carregando uma boneca Emília, personagem de Monteiro Lobado em O Sítio do Pica-pau-Amarelo.O álbum Refavela, que chegou aos 40 anos, tem importante papel na construção da identidade negra no Brasil. Nele, está a canção que embalou a série infantil para a Rede Globo.
No mesmo dia, Emicida voltou a Goiânia com menos destaque para suas músicas mais comercias. O show com as participações de Drik Barbosa e Coruja BC1 teve tom crítico, social e politizado.
No sábado (12/5), a banda goiana Carne Doce foi acompanhada por um público cativo, com as letras na ponta da língua. Mas também pincelou novidades que virão no terceiro álbum do grupo. O rapper de Rincon Sapiência fez todo mundo dançar com músicas carregadas de simbolismo.
O pop dançante de Pabllo Vittar hipnotizou a plateia. Foi uma apresentação bem mais glamorosa do que a última passagem pela capital durante o Festival Vaca Amarela, em setembro de 2017. Um baita reflexo de como a carreira da artista está em ascensão. Para quem esteve no show passado bateu até um saudosismo de viver tudo tão de pertinho.
No domingo (13/5), além do aclamado BaianaSystem, teve Boogarins, que recentemente se apresentou no festival californiano Coachella. Em meio a seus hits psicodélicos, não abriram mão de homenagear as mães em seu dia. A noite teve ainda Nação Zumbi em um dos palcos principais.
Problemas de organização no novo espaço do Bananada
A nova arena de shows do Festival Bananada, no Shopping Passeio das Águas, que recebeu o evento pela primeira vez, resultou em uma experiência mais concisa para o público. De fato, o festival esteve menor, que em 2017, quando foi sediado no Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON). Mas em alguns pontos a organização pecou na proporção, como na Praça de Alimentação.
Com apenas três opções de lanches e um food truck de sucos, na sexta-feira (11/5), as filas estavam bem longas e demoradas. No sábado (12/5) e no domingo (13/5), quando os shows começaram mais cedo, foi notória a adaptação ao fluxo e organização no atendimento. Festivais mais robustos apostam em ambulantes para otimizar a entrega.
O serviço de bar também evoluiu com o passar dos dias. E foi interessante ter chope como a principal bebida alcoólica de um festival. O público sentiu falta de algum lugar para descansar durante a maratona de shows. A competição era pelas mesas da Praça de Alimentação. Fora isso, no último dia, tinha gente levando canga para se ajeitar no chão mesmo.
Algo que merece destaque é a distribuição de água gratuita. Definitivamente, a iniciativa garantiu conforto para quem frequentou o Bananada. Houve fila nos banheiros masculinos. Nos femininos, o padrão de serviço já tinha sido muito bom no ano passado. Em 2018, melhorou!