Orum Aiyê Quilombo Cultural promove o seu 1º arraiá com Auto do Bumba Meu Boi

SOBRE O EVENTO

Os festejos juninos ganham enraizamento à cultura negra no quilombo da região Norte de Goiânia. No sábado (22/6), a partir das 15h30, o Orum Aiyê Quilombo Cultural vai realizar o seu primeiro arraiá com o Auto do Bumba Meu Boi, uma das manifestações culturais mais ricas vinculadas à cultura negra.

A principal atração da festa é o Boi do Rosário, vindo de Pirenópolis para essa comemoração. Às 15h30 tem início o guarnicê para o cortejo do boi, que seguirá com a atuação dos brincantes em cortejo até o Bar da Poliana, no Residencial Nossa Morada, onde vai acontecer o Auto do Bumba Meu Boi.

O Arraiá de Axé do Orum Aiyê conta com uma feira de comidas típicas, além da famosa quadrilha improvisada. A entrada é gratuita. Este evento integra a programação do projeto de manutenção de dinamização de empresas e espaços culturais do edital 19/2023 aprovado pela lei Paulo Gustavo.

As festas juninas e a cultura negra

Produtor do evento, Marcelo Marques destaca a importância da cultura negra nas festas juninas, tão populares em todo o país.

“A influência da cultura negra na festa junina no Brasil é profunda e multifacetada, estando presente em diversos elementos, desde a música até as danças, passando pela culinária e os trajes típicos”, comenta, destacando a programação que contempla quadrilha improvisada e muitas comidas típicas.

De acordo com Raquel Rocha, que divide a produção do evento com Marques, a proposta deste evento é oferecer à Goiânia um arraiá com uma forte presença da cultura negra.

“A festa junina no Brasil se dá por meio da mistura cultural negra, indígena e branca, é pensando nesta intersecção cultural, com o foco nas influências negras nesta tradição, que o Orum Aiyê traz um arraiá pensando na valorização desta influência que contribui e desenha um forte traço identitário da cultura brasileira”, comenta Rocha, também artista visual.

Comidas e danças

O arraiá do Orum vai oferecer culinária típica junina na Feira Preta, que também recebe uma significativa contribuição da cultura negra. Ingredientes como o milho, a mandioca e o coco, amplamente utilizados na culinária africana, são pilares dos pratos típicos das festas juninas.

“Receitas como a canjica, o mungunzá e o pé de moleque trazem consigo sabores e técnicas culinárias afro-brasileiras, é refletindo sobre essa influencia que a feira é composta somente por alquimistas negros que trará o melhor desta culinária para todo o público”, compartilha a produtora.

A influência africana ainda é evidente na dança das festas juninas. Por isso, a famosa quadrilha improvisada integra a programação, quando todos são convidados a deixar a ala dos espectadores e participar dançando e construindo alegrias.

“Não podemos esquecer que a quadrilha, uma das danças mais populares nas festas juninas, embora tenha raízes europeias, incorporou elementos dos batuques e danças de origem africana, resultando em uma expressão cultural híbrida e única”, relembra Marques, o famoso palhaço Mocotó.

O Auto do Bumba meu boi

O Auto do Bumba meu boi é um teatro popular, encenado na rua, sem palco, cenografia ou delimitação precisa entre quem está em cena e a plateia. Assim, trata-se de um folguedo popular tradicional da cultura brasileira que ocupa todo o território nacional, com nome e características próprias em cada localidade.

A manifestação é composta por música, dança e teatro e cada participante ocupa o lugar onde tenha maior habilidade e que melhor lhe agrada, lhe traga maior satisfação e rendimento para todo o grupo.

Mesmo aqueles que não possuam habilidade para dançar ou tocar, podem participar da festa ajudando nos preparativos e na produção da festa, seja contribuindo na preparação dos figurinos, da comida, da fogueira e/ou participando da organização da manifestação e da brincadeira em si.

Dessa maneira, a brincadeira valoriza o potencial de cada indivíduo acolhendo todos que quiserem participar.

Serviço: Primeiro Arraiá do Orum Aiyê Quilombo Cultural com Boi do Rosário 

Quando: 22 de junho

Horário: 15h30 – concentração | 17h30 – chegada ao Bar da Poliana

Onde: Orum Aiyê Quilombo Cultural – Rua 10; Qd-L; Lt 10 – Residencial Nossa Morada

Entrada: Gratuita