LOCALIZAÇÃO
Cidade: Goiânia - GO
Local: Goiânia
COMO CHEGAR
CALENDÁRIO DO EVENTO
16/04/2024, Quarta - (inicia às 16:00)
17/04/2024, Quinta - (inicia às 16:00)
18/04/2024, Sexta - (inicia às 19:00)
SOBRE O EVENTO
De 17 a 19 de abril acontece a 2ª edição da Manifesto – Mostra Dom Tomás Balduíno de Cinema Indígena, no Centro Cultural da UFG, na Praça Universitária, em Goiânia.
O evento integra a programação oficial da Semana dos Povos Indígenas, promovida pela PUC/GO, e tem apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. A realização é da Vietnam Filmes, Balaio Produções e Comitê de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno.
Segundo seus idealizadores, Claudia Nunes e Erico Rassi, a edição especial da Mostra foi criada para comemorar o Centenário de Dom Tomás Balduíno, um dos fundadores do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e defensor histórico de direitos humanos na América Latina.
Assim, o objetivo é valorizar o seu legado e dar visibilidade para a produção cinematográfica de realizadores e realizadoras indígenas sobre suas lutas e resistência histórica.
A sessão de abertura da Mostra, na quarta-feira (17/4), às 19 h, com o tema IMAGEM e MEMÓRIA, dá o tom do evento, exibindo os documentários “Yaõkwa – Imagem e Memória” e “Avá Canoeiro – A Teia do Povo Invisível”.
O primeiro, com direção de Vincent Carelli e Rita Carelli (Pernambuco/2020), apresenta o reencontro do povo Enawenê Nawê, com o ritual Yaõkwa, filmado ao longo de 15 anos pelo projeto Vídeo nas Aldeias.
O documentário registra as reações deste povo no reencontro com parentes falecidos, costumes esquecidos e preciosos cantos rituais em uma emocionante exibição na aldeia.
O segundo, com direção de Mara Moreira (Goiás), foi realizado entre 2005 e 2006, e traz cenas raras do Povo Avá Canoeiro, de Goiás, vítima de um dos massacres mais cruéis contra povos indígenas brasileiros, restando apenas alguns sobreviventes.
A sessão é seguida de uma roda de conversa, com o tema “GOIÁS – TERRITÓRIOS INVISÍVEIS E APAGAMENTO HISTÓRICO”, e contará com a participação da liderança indígena do povo Avá, Kamutadja Avá Canoeiro, da antropóloga Rosani Moreira Leitão e da missionária do CIMI, Sara Sanchez. Nessa noite, também será feita uma homenagem mística a Dom Tomás Balduíno.
Mostra percorre outras cidades
A Mostra Manifesto, com um forte olhar político e decolonial, percorre os municípios goianos de Goiânia, Catalão, Quirinópolis e Corumbá de Goiás, além da cidade de Uberlândia/MG.
A programação é composta por um conjunto de obras expressivas do pensamento e cosmovisão de artistas indígenas do audiovisual, garantindo um contraponto à hegemonia branca no cinema brasileiro.
Em Goiânia, as exibições acontecem de 17 a 19 de abril, em seis sessões (tarde e noite), no Centro Cultural da UFG (Praça Universitária), e nas cidades do interior em sessões únicas.
Além dos filmes, serão realizadas rodas de conversa após as sessões para abordar diferentes temas: Goiás – territórios invisíveis e apagamento histórico; Vozes de vanguarda, memória e descontinuidade; Sem ancestralidade não há futuro; Encantamentos do mundo; Herança colonial, capitalismo e direitos humanos.
Quem foi Dom Tomás Balduíno
Dom Tomás Balduino nasceu em Posse, Goiás, no dia 31 de dezembro de 1922, e morreu em 2 de maio de 2014, aos 91 anos. O frade dominicano foi parte importante da história das lutas populares no Brasil e na América Latina.
Filósofo e mestre em Antropologia e Linguística, o bispo emérito da Cidade de Goiás lutou por toda sua vida por justiça social, pelos direitos dos povos indígenas, camponeses, trabalhadores sem terra, e das demais comunidades tradicionais.
Conhecido como o bispo da Reforma Agrária e dos Indígenas, era um homem incomum, que aprendeu a falar a língua dos povos Xicrin e Kayapó.
Além disso, para melhor atender a enorme região do Vale do Araguaia paraense e parte do baixo Araguaia mato-grossense, se tornou piloto de aviação, ganhando de amigos da Itália um avião “teco-teco”, que o ajudou no apoio e articulação dos povos indígenas, além de o ajudar a salvar pessoas perseguidas pela ditadura militar.
Sua atuação ao lado dos pobres e injustiçados marcou profundamente sua trajetória, o que provocou a ira do governo militar e dos latifundiários que perseguiram e assassinaram várias lideranças dos trabalhadores.
Na década de 1970, o próprio Dom Tomás se tornou um desses alvos. Nesta mesma época, Dom Tomás foi personagem fundamental no processo de criação do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), em 1972, e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 1975.
Serviço: Manifesto – Mostra Dom Tomás Balduíno de Cinema Indígena
Quando: De 17 a 19 de abril de 2024 (quarta, quinta e sexta-feira)
(Programação oficial da Semana dos Povos Indígenas da PUC/GO)
Onde: Centro Cultural UFG – Praça Universitária – Goiânia
Mais informações: https://www.instagram.com/mostramanifesto/