A médica que ficou conhecida após raptar um bebê de um hospital em Uberlândia (MG) em 2024, foi presa nesta quarta-feira (5) em Goiás, suspeita de envolvimento no assassinato de uma farmacêutica.
A vítima foi identificada como Renata Bocatto Derani e o crime aconteceu em 2020, também em Uberlândia. Segundo a Polícia Civil, o crime teria sido motivado por uma obsessão da médica em ser mãe de uma menina.
De acordo com o delegado Eduardo Leal, a médica teria se envolvido com o ex-marido da vítima. O casal tinha uma filha, e a farmacêutica havia proibido o pai de ter contato com a criança enquanto ele mantivesse relacionamento com a médica.
“Ela certamente entendeu que, ceifando a vida da vítima, seria mais fácil conseguir assumir esse poder familiar”, explicou o delegado em entrevista à TV Anhanguera.
Além da médica, outros dois homens de Itumbiara, no sul de Goiás, foram presos de forma temporária. As ordens judiciais têm validade de 30 dias e podem ser prorrogadas ou convertidas em prisão preventiva. A defesa dos envolvidos não foi localizada até a última atualização desta reportagem.

Homicídio
Renata Derani, de 38 anos, foi morta com pelo menos cinco tiros quando chegava ao local de trabalho, em novembro de 2020, no bairro Presidente Roosevelt, em Uberlândia. As investigações apontam que a médica alimentava uma fixação por maternidade, tentando de diversas formas conseguir uma criança.
“Ela tentou adoções fraudulentas com documentos falsos, tentou comprar um bebê no estado da Bahia e chegou a sequestrar uma recém-nascida, tirando a bebê do colo da mãe”, completou Leal.
Na casa da investigada, os policiais encontraram um quarto infantil decorado em tons de rosa, com roupas de bebê, berço e um bebê reborn, o que reforçou o quadro de obsessão.
A mulher já respondia em liberdade por falsidade ideológica e tráfico de pessoas. Com a nova prisão, ela e os outros suspeitos devem ser transferidos para Uberlândia, onde ficarão à disposição da Justiça.
Relembre o sequestro do bebê
Em julho de 2024, a médica invadiu o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) vestida com roupa jaleco e crachá funcional. Ela se apresentou como pediatra aos pais de uma recém-nascida e levou a criança nos braços para fora da maternidade.
As câmeras de segurança registraram a médica deixando o hospital com a bebê e fugindo em um carro vermelho. O sequestro mobilizou equipes policiais dos dois estados, e o bebê foi encontrado ileso na casa da investigada, em Itumbiara.
Na época, a defesa da médica alegou que ela sofre de transtorno bipolar e que estaria em crise psicótica durante o crime, sem discernimento sobre seus atos.

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