O Brasil já contabiliza 59 notificações de intoxicação por metanol até a tarde desta quinta-feira (2), segundo balanço apresentado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Do total, 11 já foram confirmados em exames laboratoriais.
A maior parte dos registros ocorreu em São Paulo (53 casos), seguida de Pernambuco (5) e Distrito Federal (1). Não há casos em Goiás.
Até o momento, o país confirmou uma morte por ingestão de bebida adulterada com metanol, registrada em São Paulo. Outras sete mortes estão sob investigação: cinco no mesmo estado (três na capital e duas em São Bernardo do Campo) e duas em Pernambuco (em Lajedo e João Alfredo).
O caso notificado no Distrito Federal envolve o cantor Hungria, internado nesta quinta-feira em um hospital particular de Brasília. O ministério esclareceu que, embora haja fortes indícios de intoxicação, a confirmação laboratorial ainda não foi feita.
No total, 48 casos seguem em investigação em todo o Brasil. Os números são atualizados diariamente no período da tarde pela Sala de Situação do governo, que centraliza o monitoramento.
De acordo com Padilha, o Ministério da Saúde reforçou a rede hospitalar com a criação de um estoque emergencial de etanol farmacêutico, usado no tratamento de intoxicações. Além do que já está disponível nos hospitais universitários federais, foram adquiridas 4.300 novas ampolas para distribuição imediata a qualquer unidade de saúde que necessite.
“Já temos um estoque desse produto e estamos ampliando. Se algum estado ou município não tiver, poderá acionar esses estoques concentrados nos hospitais universitários, e o envio será imediato”, explicou o ministro.
O que fazer em caso de suspeita de intoxicação por metanol
O metanol é um tipo de álcool presente em solventes e em algumas formulações químicas, mas representa grande risco quando ingerido.
De acordo com o Ministério da Saúde, a substância pode causar danos severos ao fígado, ao sistema nervoso central e ao nervo óptico, provocando sequelas como cegueira, perda de consciência e, em situações graves, a morte.
Os efeitos da intoxicação geralmente surgem entre 12 e 24 horas após o consumo, o que dificulta o diagnóstico, já que os sintomas iniciais podem ser confundidos com os de uma ressaca comum. Entre os sinais de alerta estão:
- dor abdominal;
- alterações na visão;
- confusão mental;
- náuseas.
Quando há confirmação de intoxicação, o tratamento indicado é feito com etanol em grau farmacêutico, substância produzida com pureza adequada para uso médico. O antídoto pode ser administrado por via oral ou intravenosa, sempre sob supervisão profissional.
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