O homem apontado como possível assassino em série em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, confessou a autoria de três feminicídios, conforme o delegado Adelson Candeo.
As vítimas são: Monara Pires Gouveia de Morais, de 31 anos, Alexania Hermogenes Carneiro, de 40 anos, e Elisângela Silva de Souza, de 26 anos.
A confissão ocorreu durante depoimento na Casa de Prisão Provisória na terça-feira (23).
Suposto assassino em série em Rio Verde
De acordo com o delegado Adelson Candeo, Rildo Soares dos Santos, de 33 anos, já estava preso pela suspeita de ter matado Elisângela. Ela estava a caminho do trabalho quando foi abordada pelo suspeito.
Segundo a polícia, apesar de ter confessado o assassinato, ele apresentou contradições nas alegações de estupro. A perícia, no entanto, identificou material biológico que pode ser do investigado.
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Em novo depoimento, ele admitiu ter assassinado também Monara, encontrada morta em julho deste ano em um lote baldio da cidade.
Segundo a polícia, Monara estava em situação de rua quando foi abordada. Durante a reconstituição do crime, Rildo descreveu em detalhes a forma como agiu.
O delegado relatou que a vítima foi agredida na cabeça, tentou correr, mas foi alcançada e morta com novos golpes. Em seguida, o suspeito arrastou uma cama box sobre o corpo e ateou fogo. O laudo da perícia apontou traumatismo craniano como causa da morte. Um ex-namorado foi preso suspeito do crime, antes da confissão de Rildo.
Já o assassinato de Alexania ocorreu em agosto. A mulher foi morta a pauladas e teve o corpo abandonado em uma vala. Agora, a investigação pode mudar de rumo. Isso porque outro homem, de 54 anos, foi preso em pelo crime e ainda permanece detido. Com a confissão de Rildo, a defesa dele poderá pedir a revisão do caso.
O delegado destacou ainda que, apesar dos crimes terem ocorrido próximos a residências e comércios, não houve testemunhas que relatassem gritos ou pedidos de socorro.
Outras mortes ainda são investigadas, de mulheres que estão desaparecidas na região: Ingrid Ferreira Barbosa Romagnoli, de 38 anos, e Neilma de Souza Carvalho, de 43.
Entretanto, ainda durante o depoimento, Rildo negou conhecê-las, mas não descartou a possibilidade de ter cometido crimes contra elas.
Perfil traçado pela polícia

De acordo com a Polícia Civil, o perfil traçado de Rildo Soares dos Santos, de 33 anos, revela a ausência de empatia e a falta de remorso diante dos crimes que teria cometido.
Segundo o delegado Adelson Candeo, o investigado mantinha uma fachada de normalidade, mas, na prática, demonstrava uma necessidade de exercer poder sobre as vítimas, em sua maioria, mulheres.
O delegado ainda contou que o homem alegou que ouvia vozes e, após os episódios de violência, não se lembra do que fez.
“Ele relatou que sente coisas, ouve vozes e precisa sair de casa. Depois, diz não se recordar de muitas coisas”, relatou o delegado.
A Defensoria Pública de Goiás informou que representou o investigado apenas durante a audiência de custódia, como previsto pela lei, e não comentará o caso.