A pressão arterial de 12 por 8, antes vista como padrão de normalidade, passa a ser classificada como pré-hipertensão no Brasil.
A mudança foi oficializada pela Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, apresentada no 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado na quinta-feira (18).
A reclassificação busca identificar precocemente pessoas em risco e estimular ações preventivas, com foco em mudanças no estilo de vida antes que a hipertensão se instale.
O documento foi elaborado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).
De acordo com a nova diretriz, passam a ser considerados pré-hipertensos os indivíduos com pressão entre 12 por 8 e 13,9 por 8,9. Já valores iguais ou superiores a 14 por 9 continuam sendo diagnosticados como hipertensão arterial em diferentes estágios.

O que muda para o paciente
Na prática, quem apresentar pressão 12 por 8 não deverá iniciar tratamento medicamentoso imediato. O primeiro passo será adotar hábitos saudáveis, como redução do sal na dieta, prática de atividades físicas, controle do peso corporal, sono de qualidade, redução do consumo de álcool e abandono do tabagismo.
Medicamentos só serão considerados em situações específicas, como no caso de pacientes com pressão a partir de 13 por 8, caso não haja melhora após três meses de mudanças no estilo de vida. Para quem tem pressão a partir de 14 por 9, o tratamento medicamentoso é indicado desde o início.
Outro ponto da diretriz é a definição de meta mais rigorosa para quem já é hipertenso: a pressão deve ser mantida abaixo de 13 por 8 durante o tratamento.
O documento também destaca a necessidade de uma abordagem multiprofissional, envolvendo médicos, nutricionistas, enfermeiros e educadores físicos no acompanhamento do paciente.
