O Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou duas médicas pela morte de Ravi de Souza Figueiredo, de 2 anos, ocorrida após um procedimento para retirada de um grão de milho no nariz, realizado em um Hospital Municipal em Goiás.
As profissionais devem responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas a morte ocorre em razão de negligência ou imprudência.
Retirada de um grão de milho

O episódio ocorreu em 5 de abril, mas só veio a público em julho, quando a família decidiu divulgar o caso. Segundo os pais, Ravi havia colocado um grão de milho de pipoca em uma das narinas. Sem conseguir removê-lo em casa, eles buscaram atendimento médico.
O pai da criança relatou que inicialmente os profissionais tentaram usar uma pinça, mas não obteve sucesso. Depois, recorreram a um equipamento semelhante a uma cânula de borracha, que libera ar.
Após o procedimento, a barriga do menino ficou inchada, e ele recebeu medicação para gases.

Com o agravamento do quadro, Ravi retornou ao hospital, foi transferido para Goiânia em uma ambulância, mas sofreu complicações durante o trajeto. Ele chegou a ser atendido no Hospital Municipal de Hidrolândia, onde não resistiu.
Além da denúncia criminal, o MPGO solicitou indenização de R$ 150 mil para a família da criança. O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) também acompanha o caso.
Por meio de nota o Cremego informou que não recebeu qualquer notificação ou solicitação do Ministério Público do Estado de Goiás sobre o caso.
“O Cremego, por meio de parecer da Câmara Técnica de Otorrinolaringologia do Conselho, já se posicionou sobre o assunto, atendendo a uma solicitação da Delegacia de Polícia de Hidrolândia. Sobre denúncias relacionadas à conduta ética de médicos, o Cremego informa que todas as queixas recebidas ou das quais toma conhecimento, são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico”, disse em nota.