Seis empresários foram condenados pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) por participação em um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 500 milhões para o tráfico de drogas no estado.
As investigações são fruto da Operação Red Bank, deflagrada em 2018 pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), em parceria com a Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco).
Como funcionada o esquema financeiro
De acordo com as apurações, os empresários usavam empresas de fachada, operações financeiras de alto valor e a compra de dólares em nome de terceiros para mascarar a origem ilícita do dinheiro. Muitas das transações eram feitas com CPFs de pessoas falecidas, o que dificultava o rastreamento pelas autoridades.
Além disso, falsas agências de turismo, credenciadas a empresas de câmbio regulares, eram utilizadas para reinserir o dinheiro no esquema, sob a justificativa de compra de passagens internacionais.
A complexidade das operações levou à quebra de sigilos bancário e fiscal dos envolvidos. Segundo o MPGO, o grupo conseguiu reintegrar os valores ilícitos à economia formal, ocultando os beneficiários reais e dificultando a ação da Receita Federal e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Na decisão, a magistrada destacou que o esquema criminoso sustentava atividades do narcotráfico e contribuía para a violência urbana.
“A sofisticação das operações e o envolvimento de pessoas com alto poder econômico tornam o caso ainda mais grave, exigindo resposta penal proporcional e exemplar”, afirmou a juíza Placidina Pires, da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores.
Os empresários foram condenados a penas de reclusão entre 8 e 17 anos, todas em regime fechado, a serem cumpridas na Penitenciária Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia.
Além das condenações, houve o bloqueio e sequestro de bens, incluindo imóveis, veículos de luxo, contas bancárias e ativos financeiros em nome dos réus e das empresas ligadas ao esquema.
Como não tiveram os nomes divulgados, o Portal Dia não conseguiu localizar as respectivas defesas.
