As maternidades Nascer Cidadão e Célia Câmara, em Goiânia, estão com parte dos serviços suspensos após a interrupção dos atendimentos de anestesiologistas ligados à Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás (Coopanest-GO).
O impasse ocorre devido a uma dívida da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc), que soma R$ 1,4 milhão e está em aberto desde setembro de 2024.
Paralisação das maternidades

Na última terça-feira (20), a Maternidade Nascer Cidadão deixou de realizar cesarianas, partos normais e procedimentos como curetagens. Segundo a Coopanest-GO, a paralisação total dos serviços de anestesiologia na unidade começou nesta quinta-feira (21).
De acordo com a cooperativa, os profissionais mantiveram os atendimentos por quase um ano mesmo sem receber os valores devidos, mas decidiram interromper o trabalho diante da falta de propostas para negociação da dívida. Antes disso, a entidade já havia encerrado em 2 de julho o atendimento no Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara, também por falta de contrato e de repasses.
Ao Portal Dia, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informou que já transferiu à Fundahc mais de R$ 115 milhões neste ano para a gestão das maternidades municipais e destacou que o fornecimento de insumos e medicamentos é de responsabilidade da fundação.
Segundo a SMS, continuam funcionando as consultas ambulatoriais e a assistência a pacientes internados. Já as gestantes em quadros não urgentes estão sendo direcionadas para a Maternidade Dona Íris, Hospital das Clínicas e Hospital Estadual da Mulher.
O portal entrou em contato com a Fundahc para um posicionamento, mas até o momento não obteve retorno, o espaço segue aberto para futuros esclarecimentos.
Confira a nota completa da Coopanest Goiás
“A Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado de Goiás, Coopanest-GO, informa que os atendimentos em anestesiologia prestados na Maternidade Nascer Cidadão serão interrompidos a partir desta quinta-feira, dia 21 de agosto de 2025.
A interrupção tem como causa o não repasse pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás – FUNDAHC, à Coopanest-GO, dos pagamentos devidos desde setembro de 2024 no valor de R$ 1.431.967,53.
Mesmo com os valores a receber, os médicos anestesiologistas da Coopanest-GO demonstraram respeito à população mantendo o atendimento por quase um ano.
A Coopanest-GO reforça que a FUNDAHC foi formalmente e antecipadamente notificada da interrupção do atendimento que deveria acontecer no dia 15 de agosto, no dia 05 de agosto. Porém, diante da expectativa de regularização a cooperativa adiou essa data. Mas agora com a inexistência de qualquer proposta para negociação da dívida pendente os atendimentos serão interrompidos.
Os médicos anestesiologistas cooperados eram responsáveis por todos os atendimentos que exigem anestesia e sedação como partos normais e cesarianas e procedimentos como curetagem.
Hospital de Maternidade Célia Câmara
Os médicos anestesiologistas da Coopanest-GO já haviam encerrado o atendimento no Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara no dia 02 de julho passado também por dívidas e ainda ausência de contrato.
A diretoria da Coopanest-GO se coloca à disposição para quaisquer esclarecimentos”.
Nota completa da SMS

“A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informa que repassou à Fundahc apenas em 2025 mais de R$ 115 milhões de reais para a gestão das maternidades municipais, e que o fornecimento de insumos e medicamentos é de responsabilidade da fundação.
A SMS encaminhou equipe às Maternidades Nascer Cidadão e Célia Câmara para acompanhamento in loco da situação e reorganização dos fluxos de atendimento aos pacientes. A secretaria ressalta que as unidades mantêm a realização de consultas ambulatoriais e a assistência aos pacientes internados. As gestantes que buscam o local e são avaliadas com quadros não urgentes são redirecionados à Maternidade Dona Íris, Hospital das Clínicas ou Hospital Estadual da Mulher.
A SMS pontua que a nova paralisação e a falta de regularidade na assistência oferecida aos usuários evidenciam ainda mais a necessidade de troca do atual modelo de gestão das unidades de saúde”.