Uma clínica irregular foi interditada suspeita de maus-tratos contra mais de 60 pessoas, em Anápolis, a 55 km de Goiânia.
A operação foi realizada na quarta-feira (11), pela Vigilância Sanitária, em conjunto com a Polícia Civil, Polícia Militar e representantes do Ministério Público de Goiás, após denúncias sobre a precariedade do local.
Clínica irregular interditada por maus-tratos

Segundo o delegado da Polícia Civil, Ariel Martins, 65 homens viviam no local em condições degradantes, sendo vítimas de cárcere privado, sem acesso adequado à higiene e assistência básica. A maioria dos internos apresentava sinais de sarna, de acordo com o delegado.
A proprietária da clínica foi presa em flagrante, mas foi liberada após pagamento de fiança no valor de R$ 3.500. A defesa da suspeita afirmou que acompanha o inquérito policial e que, até o momento, não há provas que sustentem as acusações. (Confira a íntegra ao final da matéria)
De acordo com o delegado, a mulher já era investigada anteriormente pela administração de outra clínica irregular.
“Ela fechou a unidade que estava sendo investigada e alegou que havia deixado o ramo. Mas ela abriu essa outra da operação, desconfiamos que foi para tentar despistar os órgãos policiais e de fiscalização,”, explicou Ariel Martins.
Além dos crimes de cárcere privado e maus-tratos, a proprietária também poderá responder por exercício ilegal da profissão de terapeuta, uso de medicamentos sem prescrição médica e corrupção de produtos medicinais. Conforme a investigação, ela não possui formação técnica na área de saúde.
O diretor da Vigilância Sanitária de Anápolis, Daniel Soares, afirmou que a estrutura da clínica era completamente insalubre e funcionava sem qualquer autorização oficial.
A clínica foi interditada por tempo indeterminado. A Polícia Civil aguarda laudos periciais para dar continuidade à investigação. A Secretaria de Assistência Social de Anápolis ficou responsável por acolher os internos e contatar os familiares.

Nota da defesa
“Na qualidade de advogado da proprietária da instituição, esclareço que estamos acompanhando de perto o inquérito policial instaurado. Até o presente momento, não há qualquer elemento concreto que comprove a veracidade das acusações.
A defesa tem acompanhado todas as diligências realizadas até o momento e reafirma seu compromisso com a transparência e o devido processo legal.
Assim, juntamente com a Instituição, confiamos plenamente no trabalho da Segurança Pública do Estado de Goiás e seguimos colaborando com as autoridades competentes para o completo esclarecimento dos fatos, certos de que a verdade será restabelecida ao final da investigação.
Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos e aguardamos com serenidade o desfecho das investigações.
Suriany Henrique, Advogados Associados”