A Polícia Civil de Goiás deflagrou, na manhã desta quinta-feira (22), uma megaoperação contra uma organização criminosa especializada no golpe do falso intermediário.
Batizada de Broker Phantom, a ação mobilizou 400 policiais e cumpriu 157 medidas cautelares em Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Santa Catarina, incluindo mais de 70 mandados de prisão e o sequestro de aproximadamente R$ 2 milhões em bens dos suspeitos.
Como o golpe era aplicado
De acordo com as investigações, o grupo atuava de forma estruturada e vinha aplicando golpes de estelionato em todo o país, além de operar um esquema de lavagem de dinheiro.
Segundo a polícia, o grupo criou ao menos 144 anúncios falsos, utilizando mais de 40 contas e perfis fictícios para enganar as vítimas, induzindo-as a realizar transferências para contas de terceiros (em sua maioria, laranjas).
A operação cumpriu 78 mandados de busca e apreensão domiciliar, 59 de prisão temporária e 18 de prisão preventiva. Também foram determinadas quebras de sigilos telemáticos e telefônicos, além do bloqueio de 1.776 contas bancárias.
As ações da operação ocorreram simultaneamente em 13 cidades, com destaque para Aparecida de Goiânia (GO), Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis (MT), além de Ribeirão Preto (SP) e Florianópolis (SC). Também foram alvos: Primavera do Leste, Diamantino, São José do Rio Claro (MT); Cravinhos, Serrana, Luís Antônio, Irapuru (SP).

Segundo a Polícia Civil, o prejuízo causado pelo grupo já ultrapassa R$ 1,8 milhão. O golpe, conhecido como “falso intermediário”, atinge tanto o comprador quanto o vendedor em negociações online.
Os criminosos clonavam anúncios de terceiros — especialmente de veículos seminovos —, ofereciam os bens por preços mais baixos e enganavam ambos os lados da negociação.
“O golpista vai intermediar o encontro para avaliar o bem. Ele cria uma falsa narrativa para o vendedor dizendo que tem uma dívida com relação ao comprador e pedindo para não falarem sobre valores na hora de mostrar o bem e, da mesma forma, faz com o comprador”, explicou o delegado Murilo Freire.
Os suspeitos devem responder pelos crimes de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O valor em dinheiro apreendido está sendo contabilizado, e os bens sequestrados poderão ser usados para ressarcir vítimas do esquema.
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