Os corpos de dois bebês foram trocados no Hospital Estadual Ronaldo Ramos Caiado Filho (Heal), em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal (DF).
O caso veio à tona na última semana e já está sendo investigado pela Polícia Civil. Uma das famílias, inclusive, só soube do erro após o sepultamento do bebê.
Entenda o caso dos corpos de bebês trocados em hospital

O caso aconteceu na última semana do mês de março, quando o hospital atendeu duas mulheres grávidas em que os bebês morreram logo após o parto.
Uma das mães, de 25 anos, deu à luz no dia 21 de março a um bebê de 20 semanas, que não resistiu devido a prematuridade extrema, conforme consta no boletim de ocorrências.
Quatro dias depois, no dia 25, outra grávida, de 36 anos, deu entrada na unidade de saúde. O bebê foi identificado como uma natimorto de 26 semanas.
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A troca dos corpos aconteceu quando a primeira mãe foi ao hospital retirar o corpo do filho. Conforme a ocorrência, o erro foi percebido pelo hospital no dia 27, mas o corpo já havia sido enterrado.
Em entrevista à TV Anhanguera, a mulher disse que não acreditou quando soube do erro. Ela disse que recebeu uma ligação da Polícia Técnico-Científica solicitando o exame de DNA, mas não respondeu achando que se tratava de um golpe, pois já tinha enterrado o filho.
“Eu não dei retorno, porque eu achei que fosse uma confusão. Aí depois a Polícia Civil foi lá em casa, e falou pra mim que meu filho tinha sido enterrado e eu precisava comparecer na delegacia, mas o hospital não comunicou nada, em momento algum”, detalhou.
A defesa de uma das mães, feita pelo advogado Idelbrando Mendes, disse que houve falha na prestação de serviço pelo Estado.
“Uma das mães conseguiu enterrar o seu filho, e a outra, por condições financeiras, ainda não tinha feito. E agora uma mãe vai ter que sofrer de novo o luto de enterrar o seu filho. E a outra simplesmente não sabe onde está o seu bebê”, destacou à TV Anhanguera.

Em nota, o hospital disse que informou aos familiares e autoridades sobre a troca, prestando todas as informações necessárias. Além disso, afirmou que ofereceu “acolhimento e apoio psicossocial com total zelo e transparência”. Veja a íntegra:
“O Hospital Estadual de Águas Lindas de Goiás Ronaldo Ramos Caiado Filho (HEAL) esclarece o seguinte:
– Na última semana do mês de março a unidade acolheu duas mulheres grávidas em trabalho de parto cujos fetos não resistiram;
– Após liberação dos corpos para sepultamento a direção identificou o equívoco e cuidou imediatamente de comunicar às famílias e às autoridades para processar a correta identificação e reparação da lamentável troca;
– As famílias receberam orientação legal para procedimento e acolhimento psicossocial para superação da dor da perda dos bebês e do incidente;
– A direção instaurou procedimento administrativo para correção de protocolos e revisão dos processos para casos semelhantes visando o aprimoramento contínuo que garanta a excelência no atendimento, bem como reitera seu compromisso de prestar um serviço de saúde com humanização e respeito.”