A Justiça de Goiás determinou que o segurança de boate, de 37 anos, acusado de matar um cliente com barra de ferro, deve ir a júri popular.
O crime aconteceu no Setor Garavelo, em Aparecida de Goiânia, no dia 11 de maio de 2024.
A vítima foi identificada como Marcos Antônio Santos Xavier, de 22 anos. Ele era estudante e chegou a ficar 28 dias em coma, mas não resistiu e morreu devido à lesão, segundo a Polícia Civil.
Segurança de boate acusado de matar cliente
O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia, determinou que o caso fosse levado ao Conselho de Sentença para julgamento.
A decisão se baseia na acusação de que o réu teria cometido o crime após a vítima se recusar a obedecer sua ordem para deixar um local em via pública, em frente ao estacionamento onde ele atuava como segurança.
A prisão preventiva do acusado foi decretada em 20 de setembro de 2024, com o objetivo de garantir a ordem pública e assegurar o andamento do processo. O mandado foi cumprido no dia seguinte.
O Ministério Público, ao apresentar suas alegações finais, requereu a pronúncia do réu em relação à vítima. Já a defesa argumentou que o acusado agiu em legítima defesa, alegando que foi atacado pela vítima e por seu acompanhante.
Segundo o magistrado, as provas contidas no processo confirmam a materialidade do crime, especialmente o laudo cadavérico, que aponta traumatismo craniano como causa do óbito, resultado de impacto com objeto contundente.
Diante das evidências, ele considerou que há elementos suficientes para a pronúncia do réu, tornando inviável, neste momento, a solicitação da defesa para que o acusado não seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri.
O juiz destacou ainda que os autos indicam que o crime teria ocorrido devido à recusa da vítima em cumprir a ordem dada pelo réu para que se retirasse do local. Assim, caberá ao Conselho de Sentença avaliar a manutenção ou a exclusão da qualificadora reconhecida na fase de pronúncia, uma vez que, por ora, não há elementos que a tornem completamente improcedente.

- Mais sobre o caso: Segurança de boate é preso suspeito de matar cliente com barra de ferro, em Aparecida
Relembre o caso
De acordo com os autos, no dia do ocorrido, a vítima tentou acessar o bar, mas foi impedida pelo segurança, sob a justificativa de que não portava documento de identidade. Diante da negativa, Marcos Antônio permaneceu do lado de fora, na via pública, acompanhado de um amigo.
Pouco tempo depois, o segurança denunciado se aproximou e ordenou que Marcos Antônio deixasse o local. No entanto, a vítima se recusou a sair, argumentando que estava em um espaço público.
Diante da negativa, o acusado atingiu a cabeça de Marcos Antônio com uma barra de ferro. Ao presenciar a agressão, o amigo tentou intervir para impedir que o ataque continuasse.
Com ferimentos graves e em estado convulsivo, Marcos Antônio foi socorrido e encaminhado ao Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (HUGOL), onde permaneceu internado até 8 de junho de 2024, quando veio a óbito. O laudo médico indicou como causa da morte uma septicemia decorrente de traumatismo cranioencefálico provocado por impacto com objeto contundente.
Para o Ministério Público, o crime foi motivado por um motivo fútil, pois o ataque aconteceu exclusivamente devido à recusa da vítima em acatar a ordem do denunciado para deixar o local, que era uma área pública.
O Portal Dia não conseguiu contato com a defesa do segurança até a última atualização desta reportagem.
