A Justiça de Goiás aceitou, na quarta-feira (12), a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) contra um técnico de impermeabilização acusado de causar um incêndio que resultou na morte de um casal e de seu bebê, em Valparaíso de Goiás.
Com a decisão, o técnico se tornou réu no processo por incêndio culposo, ou seja, sem intenção.
Denúncia contra técnico de impermeabilização
De acordo com a denúncia, o acusado realizava a impermeabilização de um sofá em um apartamento quando o incêndio começou. Laudos periciais apontaram que o produto utilizado para o serviço era altamente inflamável e foi o estopim das chamas, que se alastraram rapidamente pelo imóvel, entre a sala e a cozinha. O acidente ocorreu no dia 27 de agosto do ano passado.
Além do casal e do bebê, um cachorro também morreu no incêndio, enquanto uma quarta vítima, a mãe da moradora, sofreu ferimentos graves.

A promotoria destacou que o técnico agiu com negligência ao manusear o impermeabilizante sem seguir as recomendações de segurança presentes na embalagem. O produto não deveria ser utilizado em ambiente fechado e exigia que não houvesse nenhuma fonte de calor nas proximidades. No momento do serviço, a mãe da moradora acendeu o fogão para preparar o almoço, o que teria provocado a explosão.
Ainda segundo a denúncia, o acusado e a mãe da moradora conseguiram deixar o apartamento a tempo, mas o casal e o bebê ficaram presos no quarto. Com o avanço das chamas, tentaram se proteger na janela, mas acabaram caindo do 7º andar.
Em depoimento, o réu admitiu que não verificou as especificações do produto antes de aplicá-lo. O MP também ressaltou que ele realizava esse tipo de serviço de forma esporádica e sem capacitação técnica. Desta forma, o técnico responderá por quatro acusações de incêndio culposo.
Morte de casal e bebê em apartamento
O incêndio aconteceu na manhã do dia 27 de agosto de 2024, quando o técnico foi ao local para impermeabilizar o sofá.
O casal e o bebê de 23 dias caíram do prédio e tiveram politraumatismo, segundo a Polícia Científica de Goiás.
De acordo com o perito Fernando Lerbach, os vestígios encontrados no local indicam que houve uma explosão no ambiente onde fica a sala e cozinha.

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