Começa a circular nesta quinta-feira (13), o primeiro ônibus movido a biometano do transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana. O veículo está em fase de testes por um período de cerca de quatro meses.
De acordo com o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, este será o primeiro de uma série de 500 veículos com essa tecnologia a serem acrescidos à frota do transporte coletivo até o final de 2026.
Ônibus movido a biometano

O ônibus realizará o trajeto entre os terminais Novo Mundo e Praça da Bíblia no período da manhã e, à tarde, circulará entre os terminais Novo Mundo e Senador Canedo, no corredor BRT Leste-Oeste (Eixo Anhanguera).
Com capacidade para armazenar 195 metros cúbicos de biometano, o veículo tem autonomia de 295 quilômetros, permitindo até oito viagens diárias.
Conforme o Governo, a fase de testes é essencial para possíveis ajustes técnicos e para garantir a adaptação do ônibus às rotas e às condições de Goiânia e da região metropolitana. Para viabilizar a operação, foi instalada uma estação provisória de abastecimento de biometano na área de estocagem do Terminal Novo Mundo.
Essa iniciativa faz parte do projeto Nova Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (Nova RMTC), que prevê a renovação completa da frota, incluindo veículos com ar-condicionado, a aquisição de mais 300 ônibus, além da modernização dos terminais e estações do BRT Leste-Oeste, entrega do BRT Norte-Sul e melhorias nos pontos de embarque e desembarque.

Cadeia de produção
Com essa iniciativa, o Governo de Goiás busca estimular o desenvolvimento de uma cadeia produtiva local voltada para o biometano. Segundo o secretário, o estado apresenta um grande potencial para a geração de biogás, tendo como uma de suas principais fontes os resíduos da cana-de-açúcar, já que Goiás está entre os maiores produtores do Brasil.
O biometano é produzido a partir da purificação do biogás, que se forma pela decomposição de matéria orgânica. Esse processo ocorre em biodigestores, onde resíduos como esterco, restos agrícolas, lodo de esgoto e lixo orgânico são transformados em energia renovável. Nos biodigestores, bactérias realizam a digestão anaeróbica – ou seja, sem a presença de oxigênio.
Durante essa decomposição, é liberado o biogás, composto principalmente por metano e dióxido de carbono, além de outros gases em menor proporção. Entre os benefícios desse processo, destacam-se a geração de uma fonte de energia totalmente renovável, a redução da emissão de gás carbônico e outros poluentes, a menor dependência de combustíveis fósseis e o reaproveitamento de resíduos orgânicos que, de outra forma, seriam descartados.