Apesar das inúmeras conquistas ao longo das décadas, a luta por igualdade de gênero ainda é um desafio global.
As mulheres continuam enfrentando desigualdade salarial, barreiras no mercado de trabalho, sub-representação em cargos de liderança, além de altos índices de violência de gênero.
Dias das mulheres e a luta pela igualdade
Conforme os dados do Departamento Intersindical (Diesse), a mulher chefia mais domicílios, mas segue com menos direitos e oportunidades no trabalho.
Os resultados positivos no mercado de trabalho, impulsionados pelo crescimento de 3,5% do PIB, são refletidos na criação de 1,7 milhão de empregos com carteira assinada, na redução do desemprego e no aumento recorde da massa salarial.
No entanto, as desigualdades de gênero no mercado de trabalho permanecem sólidas. As mulheres ainda enfrentam as maiores taxas de desemprego, os menores salários e a sobrecarga com as tarefas domésticas, incluindo o cuidado de outras pessoas. Muitas dessas responsabilidades vão além dos limites de seus lares e se tornam um trabalho remunerado.
Simultaneamente, desde 2022, as mulheres ultrapassaram os homens na liderança dos lares brasileiros, sendo responsáveis por 52% dos domicílios. Nos lares monoparentais, onde há apenas um adulto e seus filhos, a chefia feminina chega a 92%.
Avanço da luta feminina

Um evento decisivo para o avanço da luta feminina aconteceu em 1908, quando cerca de 15 mil mulheres trabalhadoras realizaram uma grande marcha pelas ruas de Nova York, nos Estados Unidos, exigindo a redução da jornada de trabalho, melhores salários e o direito ao voto.
Esse protesto teve tanta repercussão que, no ano seguinte, o Partido Socialista dos Estados Unidos criou o primeiro Dia Nacional da Mulher, celebrado em 28 de fevereiro de 1909.
Em 1910, durante a II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, em Copenhague, Clara Zetkin, uma das principais ativistas feministas da época, sugeriu a criação de um dia internacional para destacar as lutas das mulheres por seus direitos. A ideia foi apoiada por mais de 100 mulheres de 17 países, embora a data exata ainda não tivesse sido definida.
O movimento ganhou uma nova dimensão em 1917, quando mulheres russas organizaram uma greve histórica no dia 8 de março, protestando contra a fome, a Primeira Guerra Mundial e o regime czarista.
Esse protesto ficou conhecido como “Marcha das Mulheres de Petrogrado” e marcou o início da Revolução Russa. Em reconhecimento ao papel fundamental das mulheres, o governo soviético tornou o 8 de março um feriado nacional.
Oficialização do Dia das Mulheres
Em 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou a data, declarando o ano como o Ano Internacional da Mulher. Desde então, o Dia Internacional da Mulher se tornou um dia de reflexão e celebração das vitórias femininas, ao mesmo tempo em que reforça a luta contínua pela igualdade de gênero.
Embora o dia 8 de março seja uma oportunidade para comemorar as conquistas das mulheres, também serve como um momento para refletir sobre os desafios persistentes.
Apesar dos avanços legais e sociais, as mulheres continuam a enfrentar desigualdade em várias áreas, como no mercado de trabalho, na política, na segurança e nas responsabilidades domésticas.
Dentre os principais desafios no mercado de trabalho está a diferença salarial entre homens e mulheres; barreiras para o acesso a cargos de liderança; preconceito em setores historicamente dominados por homens e falta de políticas empresariais que promovam a inclusão e a equidade de gênero.