O filme brasileiro “Ainda Estou Aqui” conquistou o 1º Oscar da história do Brasil ao levar, neste domingo (2), ao estatueta na categoria ‘melhor filme internacional’.
O longa-metragem dirigido por Walter Salles superou “Emília Pérez”, “A Garota da Agulha”, “The Seed of the Sacred Fig” e “Flow”.
Outros longas do Brasil já disputaram a categoria anteriormente, mas não levaram a estatueta, como “Orfeu Negro”, “O Pagador de Promessas”, “O Quatrilho”, “O Que É Isso, Companheiro” e “Central do Brasil”.
O filme recebeu outras duas indicações ao Oscar 2025, de “melhor filme” e “melhor atriz”, mas não levou estatueta nas categorias. O vencedor de “melhor filme” foi “Anora”, e de “melhor atriz” foi para “Mikey Madison”, também de Anora. Ao todo, Anora levou seis categorias: atriz, filme, roteiro original, direção e edição.
“Ainda Estou Aqui” usou imagens cedidas pela PUC Goiás
O Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia (IGPA), da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), teve participação na produção do filme ao ceder imagens de seu acervo para compor a obra.
As imagens, provenientes dos acervos Jesco von Puttkamer e Adrian Cowell, foram utilizadas em uma cena que retrata Eunice Paiva, já viúva e atuando como advogada, em sua dedicação às causas indígenas.
As imagens mostram a construção da Transamazônica, processo que resultou na desapropriação de terras indígenas. A cessão do material foi formalizada por meio de um acordo entre a PUC Goiás e a Conspiração Filmes, garantindo o devido crédito à universidade, com referência ao IGPA.
O acervo do IGPA é amplamente reconhecido como um dos mais importantes do mundo no que se refere aos povos originários da Amazônia, à colonização da região Centro-Norte do Brasil e aos conflitos sociais decorrentes desse processo. Seu prestígio internacional decorre não apenas da riqueza documental, mas também dos prêmios e certificações que atestam sua relevância, como os títulos “Registro Memorial do Mundo, América Latina e Caribe”, concedido pela ONU, e “Memória do Mundo”, outorgado pela UNESCO.

Sinopse
Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice e Rubens Paiva, o filme “Ainda Estou Aqui” teve um grande sucesso de bilheteria. Lançado no Brasil em novembro de 2024, arrecadou R$ 104,6 milhões no país até o final de fevereiro de 2025, tornando-se a 5ª maior bilheteria do cinema brasileiro desde 2018, segundo a Agência Nacional de Cinema (Ancine).
No longa, a atriz Fernanda Torres dá vida à protagonista Eunice Paiva (1929-2018), advogada e ativista pelos direitos indígenas. Eunice era esposa do ex-deputado federal Rubens Paiva (1929-1971), sequestrado e morto durante a ditadura militar brasileira (1964-1985).
