Uma clínica clandestina foi interditada, na sexta-feira (21), após suspeitas de maus-tratos contra idosos, em Joanápolis, distrito de Anápolis.
Conforme as investigações, o local abrigava 13 idosos e estava em condições insalubres, com camas cheias de fezes e comida estragada.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Manoel Vanderic, o valor médio da internação variava de R$ 1.800 a R$ 2.500. Apesar disso, os internos eram dopados e deixados sozinhos.
“A gente percebeu que alguns idosos estavam meio dopados. Alguns idosos estavam com muita coceira, com muita ferida no braço. A gente não sabe se é sarna ou se é uma reação alérgica ou de medicação”, relatou.

Interdição de clínica clandestina
As investigações começaram depois que uma idosa, de 70 anos, conseguiu entrar em contato com os familiares para relatar os maus-tratos sofridos. Diante disso, a família procurou a Delegacia do Idoso de Anápolis (Deai) para denunciar o caso.
Quando os agentes chegaram na clínica, encontraram 11 idosos, sendo que dois já tinham saído. Eles estavam em situação degradante, com fezes, urina nos colchões e mau cheiro.
Além disso, conforme as apurações, os internos não tinham qualquer tipo de tratamento de saúde, como psicólogo, médico ou enfermagem. Segundo o delegado, eles eram cuidados por dois funcionários eram dependentes químicos e ex-internos de outra clínica do mesmo dono.
O proprietário teria prometido salários e carteira assinada para os ex-internos, o que não teria sido cumprido. Em relatos, uma das vítimas contou que os funcionários faziam a troca de fraldas apenas uma vez ao dia.
“Maltratam com grito, com sopapo. Eles trocam as fraldas uma vez a cada 24 horas. Dão banho e trocam as fraldas e, às vezes, não dão banho e só trocam a fralda”, detalhou o delegado.

Conforme o delegado, os idosos foram resgatados e passaram por triagem na assistência social do município, sendo que parte deles já retornou para as famílias.
Já o proprietário do local está foragido. Ele foi indiciado por maus tratos, cárcere privado, apropriação da aposentadoria, retenção da documentação dos idosos e trabalho análogo ao de escravo em relação aos funcionários.
A Polícia Civil ainda detalhou ele já foi preso em 2023 pelo mesmo crime, porém em uma clínica de dependentes químicos.