As investigações do caso do pequeno Salomão Rodrigues Faustino, de 2 anos, que morreu após ser esquecido dentro de carro pela dona da creche onde estava matriculado, apontaram novas informações com o depoimento das funcionárias do local.
De acordo com o delegado André Fernandes, responsável pelo caso, a mulher teria pedido para duas funcionárias mentirem sobre o que aconteceu com o menino.
Em depoimento, uma das funcionárias relatou que a dona da creche entrou em desespero ao perceber que havia esquecido o menino dentro do carro e pediu para que ela e outra funcionária mentissem.
Conforme declarações, ela teria pedido para que as mulheres falassem para os socorristas do Corpo de Bombeiros que o menino ‘estava dormindo no berçário” e, quando foram olhar, “Salomão estava roxo”. Entretanto, elas se recusaram a mentir.
Segundo o delegado, embora a mulher tenha omitido o que realmente aconteceu com a criança, não há interferência com a investigação.
“Primeiro foi apresentado uma versão e depois outra. Essa segunda versão foi a que realmente todos os funcionários foram unânimes em informar que na realidade houve o esquecimento”, destacou em entrevista à TV Anhanguera.
Em nota, a defesa da empresária disse que ela “está profundamente abalada, vivendo o pior momento de sua vida”. Além disso, destacou que “não houve qualquer intenção, qualquer descuido consciente ou negligência deliberada”. (Confira a íntegra abaixo)

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Morte de menino dentro de carro
O menino de 2 anos morreu após ser esquecido dentro de um carro pela dona de uma creche, em Nerópolis, na Região Metropolitana de Goiânia.
De acordo com a Polícia Civil (PC), a mulher era responsável pelo transporte do menino até a creche, mas acabou o esquecendo dentro do carro.
A criança ficou cerca de quatro horas presa dentro do veículo com os vidros fechados. Ele estava no banco de trás, na cadeirinha.
Ao perceber o erro, a mulher tentou socorrer o menino que estava desacordado e acionou o Corpo de Bombeiros. Ele foi levado para o Hospital Sagrado Coração de Jesus, mas já chegou sem vida, segundo a corporação.
Conforme o delegado responsável pelo caso, André Fernandes, a mulher tentou fugir, mas foi presa em Itaberaí.
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Nota da defesa
“É fundamental lembrar que estamos diante de uma perda irreparável. Uma criança perdeu a vida, e isso é algo devastador para todos os envolvidos. Deixamos nossos sentimentos, em especial, aos familiares. A cidade de Nerópolis está em silêncio, é possível sentir nas ruas o peso e a dor do ocorrido.
Minha cliente, trabalha com crianças e jovens há anos, sempre foi uma pessoa responsável e cuidadosa e , está profundamente abalada, vivendo o pior momento de sua vida. A creche conta com registro do cadastro de pessoa jurídica e alvarás de funcionamento.
Minha cliente preza pela preparação, tendo cursos na área de pedagogia e primeiros socorros. Justamente para estar preparada para qualquer emergência. Não houve qualquer intenção, qualquer descuido consciente ou negligência deliberada. Assim que percebeu o que havia acontecido, em completo desespero, tentou reanimar a criança e buscou socorro imediato dos bombeiros. Infelizmente, o pior já havia ocorrido.
Não há a tentativa de se esquivar da responsabilidade. No momento da prisão em flagrante pela polícia minha cliente estava, na companhia de seu companheiro, a caminho do distrito policial para se apresentar. Confiamos na investigação em andamento pela Policia Civil e na atuação da Justiça.
A família da minha cliente informa que a creche não foi aberta hoje e provavelmente não voltará a abrir, em vista do abalo emocional. Infelizmente um acidente devastador para todos, fazendo vítimas em todas as famílias envolvidas.”