A Polícia Civil de Goiás (PCGO) concluiu o inquérito que apurava a morte do paciente Luiz Cláudio Dias, de 59 anos, que fez uma técnica de enfermagem refém dentro de um hospital em Morrinhos.
O caso aconteceu no dia 18 de janeiro deste ano e o paciente foi morto após ser baleado por um policial militar que atuava na ocorrência.
No relatório enviado à justiça, o delegado Fabiano Henrique Jacomelis destacou que a técnica de enfermagem corria risco de morte quando o militar atirou em Luiz para contê-lo. Desta forma, detalhou que a ação foi necessária para garantir a segurança e integridade da profissional.
Os autos do inquérito foram remetidos para a 2ª Promotoria de Justiça de Morrinhos na última terça-feira (18). O prazo processual é de 15 dias para o oferecimento ou não de denúncia.
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Relembre o caso do paciente que fez técnica de enfermagem refém
O paciente era tratorista aposentado, possuía diabetes tipo 1, era renal crônico e fazia hemodiálise há 24 anos. No dia do acontecido, ele teve um surto por hipoglicemia.
Luiz estava internado com outros nove pacientes na ala de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), quando acordou agitado, foi ao banheiro feminino, quebrou o vidro e pegou dois cacos.
Em seguida, ele abordou a técnica de enfermagem e a fez refém. Durante a ação, ele gritava palavras desconexas e os profissionais do hospital não conseguiram contê-lo.
A Polícia Militar então foi acionada e, em um momento que a técnica conseguiu se desvencilhar do suspeito, o policial atirou, atingindo-o na altura dos rins.
Em depoimento, o militar disse que mirou nas pernas, mas como o suspeito se movimentou, o disparo atingiu outra região. O paciente chegou a ser socorrido, porém não resistiu.
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A família do aposentado se revoltou com a situação e vem cobrando justiça pelo caso, questionando como foi feita a abordagem. Além disso, o filho do suspeito destacou que soube da morte do pai por meio de vídeos que circulavam nas redes sociais.
“Eu fiquei sabendo que meu pai morreu antes mesmo da equipe médica me falar. Que despreparo desse povo. A dor é grande, mas Deus vai fazer justiça. A polícia matou meu pai dentro de uma UTI, um paciente com hipoglicemia, com menos de 60 kg, fragilizado”, disse o filho em vídeo nas redes sociais.