Parte dos médicos do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) suspenderam o atendimento de consultas, exames e cirurgias eletivas a partir desta terça-feira (18).
Mais de 300 profissionais aderiram a paralisação, que deve seguir até quinta-feira (20). Segundo o Instituto, os profissionais representam cerca de 10% dos credenciados ao plano de saúde. Os serviços de urgência e emergência funcionam normalmente.
Reivindicações dos médicos do Ipasgo
Entre as reivindicações dos profissionais está a regularização dos pagamentos pendentes, referentes aos meses de julho, agosto, setembro, outubro e novembro de 2024.
Entretanto, o Ipasgo Saúde declarou que desconhece qualquer falta de pagamento à rede credenciada e declarou que não recebeu documento oficial da entidade para tratar de pauta reivindicatória. (Veja a íntegra no final do texto)
“A instituição pode provar que, desde setembro de 2024, repassou aos prestadores quase R$ 1 bilhão. Só nos dias 31 de janeiro e 14 de fevereiro de 2025, os profissionais que atendem beneficiários do plano de saúde receberam R$ 18,2 milhões.”, destacou em nota.
Além disso, os médicos também pedem outras melhorias, como:
- Data fixa para pagamento;
- Atualização da tabela de Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM);
- Realização de pagamentos simultâneos para honorários de consultas, cirurgias e procedimentos, consolidados em um único demonstrativo, com a disponibilização de demonstrativos detalhados em até 7 dias após o pagamento;
- Cobrança de diferença de acomodação e honorários de instrumentação cirúrgica;
- Pagamento direto aos médicos via pessoa jurídica ou física, rejeitando pagamentos feitos via hospitais;
- Adicional noturno para procedimentos;
- Exigência de identificação dos auditores responsáveis pela liberação de guias.
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O Grupo Fácil, responsável pelo faturamento do Ipasgo, destacou que a incorporação do Ipasgo Saúde à ANS foi um processo complexo, exigindo mudanças significativas em todo o sistema de faturamento dos prestadores. A empresa também informou que está atuando em parceria com o Ipasgo para apurar os valores a serem repassados a terceiros, incluindo médicos e outros fornecedores.
Credenciamento para novos médicos
Em meio à paralisação dos atendimentos, o Ipasgo Saúde abriu o credenciamento para médicos de todas as especialidades a partir de segunda-feira (17).
As solicitações serão analisadas a partir de critérios como município de atuação, cobertura assistencial, estudos epidemiológicos, demanda de beneficiários, facilidade de acesso e oferta de serviços.
Para fazer parte da rede, os médicos devem ter registro ativo no Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), preencher o formulário disponível no site e anexar a documentação exigida.
Os documentos necessários incluem a Carteira de Identidade Profissional emitida pelo conselho, CPF, inscrição no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e registros nos cadastros de Atividades Econômicas (CAE) e Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES).
Além disso, é preciso apresentar a licença sanitária emitida pelas secretarias estadual ou municipal de Saúde, alvará de localização e funcionamento, comprovantes de pagamento do Imposto Sobre Serviços (ISS) e de conta bancária.
A instituição também solicita um currículo resumido, atualizado e assinado, contendo diploma reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), além de informações sobre residência médica, estágios, especializações, mestrado e doutorado.
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Nota Ipasgo Saúde
“O Ipasgo Saúde viu com estranheza e perplexidade a decisão unilateral do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) de realizar uma paralisação nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2025 sob a alegação de que não houve atendimento às demandas da categoria. O plano de saúde, até então, não recebeu um documento oficial da entidade para tratar de pauta reivindicatória.
A paralisação, que se restringe a um grupo de médicos e odontólogos, representa cerca de 10% da rede credenciada do Ipasgo Saúde, a maior de Goiás, composta por quase cinco mil pessoas físicas e jurídicas. Portanto, 90% dos prestadores, como hospitais, clínicas e a rede própria da instituição, mantêm atendimentos regulares às quase 600 mil vidas que estão sob os cuidados do plano de saúde.
O Ipasgo Saúde desconhece qualquer falta de pagamento à rede credenciada. A instituição pode provar que, desde setembro de 2024, repassou aos prestadores quase R$ 1 bilhão. Só nos dias 31 de janeiro e 14 de fevereiro de 2025, os profissionais que atendem beneficiários do plano de saúde receberam R$ 18,2 milhões. Caso, de forma excepcional, algum prestador identifique pendências, essas devem ser formalmente comunicadas para que o Ipasgo Saúde possa apurar e adotar, com celeridade, as providências cabíveis.
A suspensão injustificada e unilateral dos atendimentos aos beneficiários fere diretamente as regras contratuais estabelecidas e pode resultar em sanções, incluindo a rescisão do contrato e o descredenciamento do prestador. Por isso, o Ipasgo Saúde está monitorando a situação de perto e tomará todas as medidas necessárias para assegurar o cumprimento das normas, para fazer com que os direitos dos beneficiários sejam respeitados, para garantir plena assistência e que a qualidade no atendimento seja mantida.
O maior plano de saúde do Estado de Goiás esclarece que esses profissionais não têm vínculo empregatício com o Ipasgo Saúde. São autônomos e instituições independentes, que atendem aos beneficiários com base em contratos de credenciamento. Portanto, eles têm plena autonomia para solicitar descredenciamento a qualquer tempo, desde que respeitadas as condições pactuadas, inclusive a continuidade do atendimento aos beneficiários durante o prazo de aviso prévio.
O Ipasgo Saúde tem compromisso inegociável com a excelência, a continuidade dos serviços prestados e com diálogos responsáveis, construtivos e legítimos. A transparência, a ética e o respeito aos nossos beneficiários são valores que norteiam nossas ações.”