A Central de Atendimento à Mulher — Ligue 180 registrou aumento de 34,1% nos atendimentos em 2024, em comparação com o ano anterior, em Goiás. No total, foram 18.232 atendimentos registrados, contra 13.588 em 2023.
Além disso, no ano passado também houve aumento no número de denúncias no estado, um percentual de 26,9%, passando de 3.483 em 2023 para 4.422 em 2024. Desse total, 3.853 foram recebidas por telefone e 475 por WhatsApp.
No ano passado, a maioria das denúncias foi realizada pela própria vítima, totalizando 2.083 registros, enquanto terceiros apresentaram 1.616 queixas. O local onde mais se registraram casos de violência foi a residência da vítima, com 1.762 ocorrências. Já os casos em que vítima e agressor compartilhavam o mesmo lar somaram 1.550 denúncias em Goiás.
Os dados revelam que muitas mulheres enfrentam situações de violência diariamente, com 1.992 atendimentos relatando agressões frequentes, enquanto 826 indicaram episódios esporádicos.
![denúncia violência contra mulher](https://diaonline.ig.com.br/wp-content/uploads/2025/02/violencia-contra-mulher-denuncias.jpg)
As principais vítimas são mulheres pretas e pardas, correspondendo a 2.722 casos. Além disso, os agressores mais comuns são cônjuges ou ex-parceiros, responsáveis por 1.902 denúncias.
As informações são da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Ligue 180: Dados nacionais
Em 2024, a Central Ligue 180 registrou um aumento expressivo no volume de atendimentos, totalizando 691.444 ligações em todo o país, o que representa um crescimento de 21,6% em relação ao ano anterior.
O atendimento via WhatsApp, lançado em abril de 2023, também apresentou um salto significativo, passando de 6.689 chamadas em seu primeiro ano para 14.572 em 2024, um crescimento de 63,4%. Somando todos os canais disponíveis, a Central realizou 750.687 atendimentos ao longo do ano, mantendo uma média diária superior a duas mil chamadas.
O número de denúncias também subiu, saindo de 114.626 registros em 2023 para 132.084 no último ano, sendo que 38.470 foram feitas pelas próprias vítimas e 86.105 de forma anônima.
Entre os casos em que a raça ou cor da vítima foi informada, as mulheres negras representaram a maioria das denúncias, somando 53.431 ocorrências, destas, 16.373 contra mulheres pretas e 37.058 contra mulheres pardas. Mulheres brancas totalizaram 48.747 registros, enquanto as denúncias envolvendo vítimas amarelas chegaram a 779 e indígenas, 620. Em 12.134 casos, não houve identificação racial.
Já em relação à faixa etária, os grupos mais afetados foram os de 40 a 44 anos, com 18.583 denúncias, seguidos por mulheres de 35 a 39 anos (17.572 casos) e de 30 a 34 anos (17.382 registros).
![Violência contra mulher](https://diaonline.ig.com.br/wp-content/uploads/2025/02/ligue-180-central-de-atendimento-a-mulher.jpg)
O tipo de violência mais relatado foi a psicológica, com 101.007 denúncias, seguida pela violência física, que somou 78.651 ocorrências. Outras formas de agressão também foram identificadas, como a patrimonial (19.095 registros), sexual (10.203), moral (9.180) e casos de cárcere privado, que totalizaram 3.027. Como uma mesma denúncia pode envolver diferentes formas de violação, o total de infrações reportadas chegou a 573.131, uma redução de 3,9% em relação ao ano anterior.
Os dados também reforçam que a maior parte das agressões ocorre dentro de relações afetivas e familiares. Cônjuges e companheiros atuais foram responsáveis por 17.915 denúncias, enquanto ex-parceiros responderam por 17.083 casos.
Além disso, o ambiente doméstico continua sendo o principal cenário dessas violações: a casa da vítima foi mencionada em 53.019 registros, enquanto residências compartilhadas por vítima e agressor somaram 43.097 denúncias. Em menor número, mas ainda preocupante, foram os casos ocorridos na casa do suspeito (7.006) e no ambiente virtual, que registrou 6.920 ocorrências.