O Hospital Araújo Jorge, referência em tratamento de oncológico em Goiás, suspendeu o atendimento de primeira consulta de pacientes com câncer devido uma dívida milionária por parte da Prefeitura de Goiânia, que ultrapassa R$ 55 milhões.
Segundo a direção do hospital, a suspensão inicia nesta terça-feira (17) e segue por tempo indeterminado. Desta forma, milhares de pacientes oncológicos podem ficar sem tratamento. Somente nesta terça, mais de 200 novos paciente foram afetados.
Atualmente, o Hospital de Câncer Araújo Jorge atende mais de 70% dos casos de oncologia do estado de Goiás.
“A decisão foi tomada devido à ausência de repasses financeiros por parte da Prefeitura de Goiânia, que inviabiliza a continuidade plena das operações da instituição e ameaça diretamente o direito à saúde dos pacientes.”, informou a direção do hospital.
Conforme a unidade de saúde, os pacientes que já estão em tratamento continuarão sendo atendidos, entretanto, os que buscam consultas marcadas a partir desta terça (17), devem procurar o Complexo Regulador da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia para orientações.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) destacou “que os recursos do SUS seguem bloqueados pela justiça. O interventor da saúde, Márcio de Paula Leite, aguarda o desbloqueio para que seja possível pagar a Fundahc e os prestadores SUS, entre eles o Hospital Araújo Jorge.”
Suspensão de consultas de pacientes com câncer
Conforme a direção do hospital, cerca de 90% da receita depende de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), cuja responsabilidade de repasse é da Prefeitura de Goiânia.
Atualmente, os valores pendentes somam R$ 55.306.681,79, que inclui a produção SUS dos meses de setembro e outubro de 2024, além de recursos provenientes de emendas parlamentares, portarias federais e outros compromissos.
De acordo com o hospital, os atrasos comprometem despesas operacionais essenciais, incluindo a compra de insumos médicos, folha de pagamento de colaboradores e investimentos estruturais, como a substituição urgente de um acelerador linear com mais de 20 anos de uso, fundamental para os tratamentos radioterápicos.
A direção do hospital destacou que a suspensão dos atendimentos foi tomada após diversas tentativas de diálogo com a atual gestão da Prefeitura de Goiânia.
“A instituição reforça que a responsabilidade por essa grave crise de saúde pública recai sobre a gestão municipal, que expõe pacientes oncológicos à insegurança e incerteza, negando-lhes o acesso ao atendimento no momento em que mais precisam.”