O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), confirmou o nome do médico Márcio de Paula Leite como interventor na Saúde da capital. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (10).
A nomeação é decorrente de uma decisão do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), que decretou a intervenção estadual na Saúde de Goiânia na segunda-feira (9).
A escolha, apoiada pelo governador Ronaldo Caiado (UB), ocorre em um momento de crise no setor. A expectativa é que o interventor ajude na reorganização do sistema de saúde municipal.
“O governador Ronaldo Caiado nos ouviu para poder indicar o nome na saúde. O médico que indicamos, o dr. Márcio, tem conhecimento da estrutura de Saúde de Goiânia e tem disposição para atuar da maneira que precisamos neste momento”, destacou Mabel.
O decreto de intervenção ainda precisa ser assinado pelo governador. Desta forma, Márcio de Paula assumirá a função assim que o documento for publicado no Diário Oficial do Estado.
Quem é Márcio de Paula Leite
Márcio de Paula é médico auditor da Prefeitura de Aparecida de Goiânia desde 2019 e emergencista no Cais Cândida de Morais, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia desde 2012.
O médico também já integrou a gestão técnica de diferentes áreas da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, incluindo a Diretoria de Atenção Primária e Promoção da Saúde e a Diretoria de Atenção Secundária e Urgência e Emergência.
Além disso, também ocupa o cargo de conselheiro fiscal do Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás (Simego), é membro efetivo da Câmara Técnica de Medicina de Urgência e Emergência do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) até 2028.
Intervenção na saúde de Goiânia
O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) aprovou a intervenção do Estado na gestão da saúde pública do município de Goiânia, acolhendo o voto do relator, desembargador Jeronymo Pedro Villas Boas.
A decisão atende a um pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO), que apontou graves problemas estruturais, administrativos e financeiros no sistema municipal de saúde.
Os relatórios apresentados evidenciam a precariedade dos serviços essenciais, incluindo maternidades e unidades de pronto atendimento. Faltam medicamentos, insumos básicos e pessoal suficiente para manter as unidades em funcionamento adequado. Pacientes relatam longas filas e falta de leitos, enquanto fornecedores de serviços terceirizados, como limpeza, estão sem receber salários há mais de dois meses.
Conforme o desembargador Carlos França, “o interventor designado pelo governador terá total liberdade para exercer suas atribuições e iniciar, de forma imediata, as ações necessárias para reorganizar o sistema de saúde”.
A intervenção foi limitada ao período até 31 de dezembro, último dia do mandato do atual prefeito. Após a posse do novo gestor, em 1º de janeiro, o interventor designado deverá apresentar um relatório detalhado das medidas adotadas durante sua gestão.
A decisão determina também que, nos 90 dias subsequentes, o novo prefeito apresente ao Tribunal um plano de gestão para solucionar os déficits no sistema de saúde.